The Peruvian taxi-driver was supposed to take me from Cusco to Oachutanga to see some Mayan ruins that stood majestic, defying the passage of time. I originally planned to go by bus with other tourists but since taxis were so inexpensive in that area, I decided to take one instead. Alberto, the taxi-driver, had already driven me to some places around Cusco and we made arrangements for him to pick me up at the hotel the following morning.
When Alberto arrived in his taxi, he had a surprise for me: he had brought along his fiancée… He asked me if I minded and I was too astonished to say that I did so Alberto, his fiancée and myself set out for a day on the mountains.
Alberto’s fiancée was very talkative. In five minutes she managed to extract from me details of my life that would take years for the people in the US to gather the courage to ask me about. Since I responded to her questions and added my own questions, we soon became best friends and she gave me a present: a CD that a cousin of hers had just released singing Peruvian songs and playing the flute.
I was so pleased with the gift that Alberto and his fiancée offered to take me on a side trip to see an old lady who lived in a simple adobe house by a dirt road, and who prepared and sold some sort of corn beverage very popular in the region. It was after that stop, when we were all talking and laughing like old buddies, that I told Alberto and his fiancée that, in fact, the main objective of my trip to Peru had been to see a shaman who was going to perform some ceremonies for me.
It turned out that Alberto knew all about the shaman, had already consulted him for some health issues and thought very high of him. Alberto was a firm believer on the shaman’s capability of healing and confided to me that he, Alberto, had a grandfather who was also a shaman and who had taught him how to read the destiny looking at cigarette’ ashes.
Now, I have to confess that I am fascinated with fortune-tellers. If you tell me that there is someone who really does a good job predicting the future, I will travel very far to consult that person. I have had fortune-tellers reading tarot for me, coffee powder, my hand, Brazilian shells, and all other sorts of things supposed to foretell the future. Cigarette’s ashes would be something new for me, so I didn’t hesitate to ask Alberto to stop the car right there and read my fortune.
Alberto parked the car on the shoulder of the unpaved road and asked me to light a cigarette and puff up. After a while, Alberto took it from my hand to read the ashes. Like many fortune-tellers, he predicted illness from which I would recover. He saw a handsome man, in fact two, and told me that I would have to decide between them. He foresaw success and disclosed some details of my future to which I didn’t even pay attention. Sitting inside the taxi with no air-conditioner and all windows opened, Peruvian music playing loudly on the CD, a fiancée who had showed up totally unexpected, and a taxi-driver who had taken me to the most unusual trip, I was feeling that I was a very lucky woman. And while many buses passed by, full of tourists looking at the mountains from a very comfortable setting, I realized that life could take us to the most beautiful places if we just had the courage to leave our hearts open to new opportunities.
MULHER DE SORTE
O taxista peruano me levaria de Cusco para Oachutanga para ver algumas ruínas maias que ainda restavam intactas, majestosas, desafiando a passagem do tempo. No começo, eu tinha pensado em ir de ônibus com outros turistas, mas já que táxis eram tão baratos nessa área, resolvi que pegaria um. Alberto, o motorista de táxi, já tinha me levado para alguns lugares nas vizinhanças de Cusco e combinamos que ele me buscaria no hotel na manhã seguinte.
Quando Alberto chegou no táxi, ele tinha uma surpresa para mim: a noiva dele tinha vindo junto ... Ele me perguntou se eu me importava, mas eu estava muito surpresa pra dizer que sim. Então eu, Alberto, e a noiva começamos nosso passeio em direção às montanhas.
A noiva de Alberto falava sem parar. Em cinco minutos, conseguiu extrair de mim detalhes da minha vida que alguém dos Estados Unidos levaria anos para descobrir. Como eu respondi às suas perguntas e também lhe fiz milhões de perguntas, logo nos tornamos amigas íntimas e ela me deu um presente: um CD que um primo dela tinha acabado de lançar, cantando canções peruanas e tocando flauta.
Fiquei muito feliz com o presente e, vendo minha felicidade, Alberto e sua noiva se ofereceram para me levar a uma cidadezinha que não estava no nosso programa, para que eu pudesse conhecer uma velhinha que morava em uma casa simples de adobe. A velhinha preparava e vendia uma bebida típica daquela região, à base de milho. Foi depois dessa visita, quando estávamos todos conversando e rindo como velhos amigos, que eu disse a Alberto e sua noiva que, de fato, o objetivo principal da minha viagem ao Peru era ver um curandeiro que iria fazer uma cerimônia indígena para mim.
Logo acabamos descobrindo que Alberto sabia tudo sobre esse curandeiro, que já tinha consultado o curandeiro para resolver alguns problemas de saúde, e que o achava fantástico. Alberto acreditava piamente na capacidade do curandeiro de curar as pessoas e me confidenciou que seu avô também era um curandeiro e que lhe tinha ensinado a ler o destino das pessoas através das cinzas de cigarro.
Bem, agora tenho de confessar que sempre fui fascinada por videntes. Se você me disser que conhece alguém que realmente é bom pra prever o futuro, não me importo de viajar horas para consultar essa pessoa. Já consultei gente que leu tarô para mim, borra de café, a minha mão, búzios, e mil outros tipos de coisas usadas para prever o futuro. Cinzas de cigarro seria algo novo para mim, e não hesitei em pedir para Alberto parar o carro ali mesmo e ler minha sorte.
Ele parou o carro ao lado da estrada e pediu para eu acender um cigarro e dar umas tragadas. Depois de um tempo, tirou o cigarro das minhas mãos para ler as cinzas. Como muitos outros videntes, ele disse que eu ia ficar doente mas iria me recuperar. Viu um homem bonito, na verdade dois, e me disse que eu teria que decidir entre eles. Disse que eu teria sucesso e falou sobre alguns detalhes do meu futuro, nos quais, para falar a verdade, nem prestei atenção. Sentada no táxi sem ar condicionado e com todas as janelas abertas, ouvindo música peruana tocando a todo volume no CD, ao lado de uma noiva que tinha aparecido de forma totalmente inesperada, e com um motorista de táxi que tinha me levado para uma viagem totalmente diferente, eu estava me sentindo uma mulher com muito sorte. E vendo os ônibus passarem, cheio de turistas admirando as montanhas das suas poltronas bem confortáveis, me dei conta de que a vida poderia nos levar a lugares muito bonitos e inusitados. Era só ter coragem para deixar os nossos corações abertos a novas oportunidades.
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