Tuesday, June 2, 2015

GOODBYE PHILADELPHIA, HELLO TUCSON (ADEUS FILADÉLFIA, OLÁ TUCSON)


El Presidio Inn, Tucson AZ
It is cold and I almost don’t have winter clothes to wear. They are all packed. My books are packed as well. Most of my plants already went to other homes. My pots and pans are in boxes and I have a wonderful excuse not to cook. My house is upside down, full of boxes everywhere. As I sit by the computer I ask myself for the millionth time: are we going to be ready when the movers arrive? Next week, after almost 28 years living on the East Coast, my husband and I will be leaving for Arizona.
I wish I could say that this was an easy decision and that everything happened without a glitch. However, I already realized that while the lives of many people proceed on a state of normalcy, mine is characterized by constant bumps and turbulence that sometimes leave me speechless. Just as an example, one month ago we were looking for a house in California. Then we switched gears and, two weeks ago, bought a place in Arizona. Flying back from Tucson, instead of starting packing I was forced to make a detour and spend time in the hospital for emergency surgery.
Now, things are somehow back to normal. I have time to ponder and think about what I am leaving and what lies ahead of me.  It is so difficult to leave behind what we are accustomed to, to change old habits, to find new ways of life, to discover and dream the infinite possibilities… “Why are you moving?” A friend of mine keeps asking me. She is fine living in Philadelphia and can’t see that my dream is not here. It is in a place full of mountains and cactus, where people sit outside to have lunch, they don’t seem to be in such a hurry as here on the East Coast and where I can be warm all year long. My dream started in 2002 when I saw a picture of a door on a house in a newspaper. I thought I had to visit that city with doors so colorful. Two years later I booked a flight to go there and, as soon as I parked at the Bed and Breakfast, I found myself staring at the same door I had seen in the newspaper. It seemed that the door was inviting me to discover the secrets of that city. And it was love at first sight.
Although I am excited (and scared!) about the move, I feel sorry for the friends that I made here and won’t see anymore. However, I console myself thinking that I was lucky to have them in my life, walking with me for awhile. They will proceed with their journey and I will proceed with mine. Who knows if in other lives we won’t meet again? The future holds many surprises. I just hope that the memories of the good time spent together with my friends will continue with me, no matter where I go.

Arizona-Sonora Desert Museum, Tucson AZ

ADEUS FILADÉLFIA, OLÁ TUCSON

Está frio e eu quase não tenho roupas de inverno para vestir. Elas estão todas empacotadas. Meus livros estão empacotados também. A maioria das minhas plantas já foram para outras casas. Minhas panelas e frigideiras estão em caixas e agora tenho uma ótima desculpa para não cozinhar. Minha casa está de cabeça para baixo, cheia de caixas em todos os lugares. Quando tenho um tempo para me sentar perto do computador, me pergunto pela milhézima vez: será que estaremos prontos quando o pessoal da mudança chegar? Na próxima semana, depois de quase 28 anos morando na Costa Leste, o meu marido e eu vamos nos mudar para o Arizona.
Gostaria de poder dizer que esta foi uma decisão fácil e que tudo aconteceu sem qualquer falha. No entanto, já percebi que enquanto a vida de muita gente prossegue em um estado de normalidade, a minha é caracterizada por solavancos constantes e turbulência que, às vezes, me deixam sem fala. Apenas como exemplo, há um mês estávamos procurando uma casa na Califórnia. Depois, mudamos de ideia e, há duas semanas, compramos uma casa no Arizona. Após a viagem de volta de Tucson, em vez de começar a preparar a mudança fui forçada a fazer um desvio e passar uns dias no hospital, me submetendo a uma cirurgia de emergência.
Agora, as coisas estão de alguma forma de volta ao normal. Tenho tempo para refletir e pensar sobre o que estou deixando e o que encontrarei quando me mudar. É tão difícil deixar para trás o que estamos acostumados, desfazer-se de velhos hábitos, encontrar novas formas de vida, descobrir e sonhar com infinitas possibilidades... "Por que você está mudando?" Minha amiga vive me perguntando. Ela está satisfeita com sua vida na Filadélfia e não entende que meu sonho não está aqui. Ele está em um lugar cheio de montanhas e cactus, onde as pessoas se sentam para almoçar ao ar livre, não parecem estar com tanta pressa como aqui na Costa Leste, e onde não ficarei com frio o ano todo. Meu sonho começou em 2002, quando vi uma foto da porta de uma casa em um jornal. Imediatamente pensei que eu tinha que visitar aquela cidade com portas tão coloridas. Dois anos mais tarde, comprei uma passagem para ir lá e, assim que estacionei na Bed and Breakfast, dei de cara com a mesma porta que eu tinha visto no jornal. Parecia que a porta estava me convidando para descobrir os segredos daquela cidade. E foi amor à primeira vista.

Embora eu esteja animada (e assustada!) com a mudança, sinto tristeza pelos amigos que fiz aqui e não verei mais. No entanto, eu me consolo pensando que tive sorte de tê-los em minha vida, caminhando comigo por algum tempo. Eles vão continuar sua viagem e eu continuarei a minha. Quem sabe se em outra vida não nos encontraremos novamente? O futuro nos reserva muitas surpresas. Só espero que as lembranças dos bons tempos que passei junto com os meus amigos continuem comigo, não importa onde eu esteja.

1 comment:

  1. Belo texto. E que muitas portas coloridas se abram em Tucson para vocês.

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