Tuesday, August 17, 2010

Doing Nails In Different Countries (Fazendo as unhas em países diferentes)


The Vietnamese manicurist grabs my hands resolutely and starts filing my nails without saying one word. I know that she is Vietnamese because I have been to this nail salon in Richboro, PA, a few times, and once I dared to ask one of the ladies who work there where she was from. The woman wears a mask covering her nose and her mouth, so it is not easy to have a conversation with her. Besides, she is not very friendly and seems to be in a hurry to get my nails done. In 10 minutes she files my nails, cuts the cuticles, polishes the nails, and gestures for me to go put my hands under a machine that emits some sort of light and dries the nail polish in 5 minutes. It takes a total of 15 minutes for me to get my nails done, without exchanging one word with the manicurist. I pay $13 plus $2 for a tip, and I leave the place thinking: Oh, how I miss the nail salons of Brazil!!!!!

My aunt always laughs at me because every time I go to Brazil I insist in getting my nails done. I guess she cannot understand why something so normal for her is so important to me. But, for someone who does not live in Brazil, going to a Brazilian nail salon is an extremely rewarding experience.

The last time I was in Brazil, I did my nails twice and also watched as my aunt had hers done in her house. The first place I went to, in my hometown, the woman was in no hurry at all. She chit-chatted all the time while she filed each nail carefully, and ended up telling me, after she found out where my mother lived and who I was, that my aunt was her landlord. Then, she told me the whole story of the nail salon, how long she had been there, why she liked it so much, and about her next-door neighbor, who was also a tenant from my aunt. While she talked, she massaged my hands, changed the radio station, stopped to greet her husband who had just arrived on a motorcycle, and showed me some sandals that she had for sale. Overall, I spent about one hour there and had a lot of fun.

In the other nail salon, the manicurist started asking me about my sister, whom she knew. Another lady came to do her nails, and the manicurist introduced me to her. Then, the two of them talked about a party at the church and told me all about it. The manicurist was also in no hurry at all. She seemed to be having a good time doing her job while I was, for sure, enjoying myself getting some juicy pieces of gossip.

Regarding my aunt, she gets her nails done at her house, by the same manicurist who has been going there once a week since I was a teenager. The manicurist knows all about my aunt’s family and relatives, and my aunt also knows all about the lady’s family. The act of doing nails is a time for friendly conversation, a time where everything else is set aside and there is no rush.

In Brazil, a woman goes get her nails done not only to have beautiful nails, but for the whole experience. In the US, one goes to the nail salon to get the nails done in the least amount of time possible. There is no interaction between the manicurist and the client. My husband tells me that when he was a young man he used to go to a barber shop and loved being shaved and to have a hot towel applied to his face. I guess this time is gone for the US. The friendly touch disappeared. Maybe there was some legislation against it. Who knows? I just hope that in Brazil the nail salons continue to be the same – a place where people can relax and have nice conversation, without wearing masks and just gesturing to one another like robots.

FAZENDO UNHAS EM PAÍSES DIFERENTES

A manicure vietnamita agarra minhas mãos com força e começa a lixar minhas unhas, sem dizer uma palavra. Eu sei que ela é vietnamita, porque já estive nesse salão de beleza em Richboro, na Pensilvânia, e uma vez me atrevi a perguntar a uma das senhoras que trabalham lá de onde ela era. A manicure usa uma máscara cobrindo o nariz e a boca, por isso não é fácil conversar com ela. Além disso, ela não é muito simpática e parece estar com pressa de acabar de fazer minhas unhas. Em 10 minutos, lixa minhas unhas, tira as cutículas, pinta as unhas, e manda, com um gesto, que eu coloque minhas mãos embaixo de uma máquina que emite algum tipo de luz e seca o esmalte em 5 minutos. Em 15 minutos minhas unhas estão feitas, sem que eu tivesse trocado uma palavra com a manicure. Pago 13 dólares mais 2 dólares de gorgeta, e saio do salão de beleza pensando: Oh, que saudades das manicures do Brasil !!!!!

Minha tia acha interessante que eu insista em fazer as unhas todas as vezes que vou ao Brasil. Acho que ela não consegue entender por que algo tão normal para ela é tão importante para mim. Mas, para quem mora fora do Brasil, ir a um salão de beleza brasileiro é uma experiência extremamente gratificante.

Na última vez que estive no Brasil, fiz as unhas duas vezes e também vi uma manicure fazendo as unhas da minha tia na casa dela. No primeiro salão, na minha cidade, a manicure não tinha a menor pressa. Conversamos o tempo todo, enquanto ela lixava cada unha com cuidado, e ela acabou me dizendo, depois de descobrir onde morava minha mãe e quem eu era, que ela era inquilina da minha tia. Então, me contou toda a história do salão de beleza, quanto tempo ela trabalhava lá, porque gostava dele, e me falou também sobre o seu vizinho, outro inquilino da minha tia. Enquanto ela conversava, massageou minhas mãos, mudou a estação de rádio, parou para cumprimentar seu marido, que tinha acabado de chegar em uma motocicleta, e mostrou-me algumas sandálias que tinha para vender. Passei mais ou menos uma hora lá e me diverti muito.

No outro salão de beleza, a manicure começou perguntando sobre minha irmã, que ela conhecia. Outra senhora veio fazer as unhas, e a manicure me apresentou para ela. Em seguida, as duas conversaram a respeito de uma festa na igreja e me contaram tudo sobre ela. A manicure também não estava com pressa nenhuma. Ela parecia se divertir fazendo o seu trabalho enquanto eu estava, com certeza, me divertindo muito ouvindo algumas fofocas interessantes.

Quanto à minha tia, a manicure foi na casa dela para lhe fazer as unhas, como faz uma vez por semana desde que eu era adolescente. A manicure está por dentro de tudo que acontece com a família inteira de minha tia e minha tia também sabe tudo sobre a família da manicure. Fazer as unhas é um momento dedicado à conversa amigável, um momento em que todo o resto é deixado de lado e não há pressa.

No Brasil, uma mulher vai fazer as unhas não só para ficar com as unhas bonitas, mas por toda a experiência. Nos EUA, vai-se ao salão de beleza para fazer as unhas no menor tempo possível. Não há nenhuma interação entre a manicure e a cliente. Meu marido me contou que quando era mais jovem, costumava ir a um barbeiro e adorava fazer a barba porque o barbeiro colocava uma toalha quente no seu rosto. Acho que esse tempo já era aqui nos EUA. O toque amigável desapareceu. Talvez alguém tenha passado alguma legislação contra ele. Quem sabe? Só espero que no Brasil os salões de beleza continuem a ser como sempre - um lugar onde as pessoas podem relaxar e ter uma conversa agradável, sem máscaras e sem ficar só apontando para as coisas como verdadeiros robôs.

Photo: Consuelo Piassa - Corumbá, Brazil – doing nails at home (fazendo unhas em casa)

3 comments:

  1. Adorei a foto e a crônica!
    Gostaria de acrescentar que é preciso muito cuidado na hora de fazer as unhas. Conheço muita gente que teve problemas sérios nas unhas (micoses, infecções) por causa da falta de higiene dos instrumentos utilizados ou de perícia das profissionais.
    Um "bife" na unha é uma janela para problemas sérios que podem levar até a perda da unha.

    ReplyDelete
  2. Eu tb adorei a foto e a crônica!
    Cici, a manicure que faz as minhas unhas há 42 anos, estará na minha casa amanhã e mais uma vez
    teremos uma longa e amigável conversa sobre nossas famílias, trabalhos, lazeres, frustrações, alegrias, enquanto ela, com carinho e profissionalismo, deixará as minhas unhas impecáceis.
    Concordo com a preocupação da Martha e por isso uso os meus instrumentos.
    Atrás da máscara da vietnamita, existe uma pessoa que terá alguma reação diante de um sorriso ou uma pergunta sua. Ou não? Tente e depois nos conte. Bj.

    ReplyDelete
  3. Oi Pantaneira...parabéns pelo blog....estou voltando a escrever depois de algum tempo avastado! Estarei adicionando seu blog na minha página. Quando tiver um tempinho visite o site onde trabalho www.fazendabaiagrande.com.br

    Saudações Pantaneiras!

    ReplyDelete