Tuesday, February 7, 2012

Past and present (Passado e presente)


I was looking at some Brazilian banknotes and once more pondering that I had no idea of what they were really worth. What could a R$50 buy? How much it would cost me to get a cappuccino in Brazil? When I am getting ready to fly to Brazil, as I am now, I have to adjust myself to a new reality: start thinking in Brazilian terms, consider the Brazilian money, prepare myself for warm weather, dress the way Brazilian women dress. It is interesting how leaving in another country changes a person. I have been in the US for almost half of my life. Sometimes I feel extremely American. Sometimes I am convinced that I won’t ever stop being Brazilian. Most of the time, I feel just confused by these two very different nationalities.

I get ready to leave to the airport in my house in a tranquil town about one hour from Philadelphia where there practically aren’t any sounds in the street. I could count on my fingers how many cars pass by in an hour. There are no sounds coming from outside. If I look out of my window, the street is empty. The only sound in this house is of my keyboard while I type on the computer, and of the heat that sometimes starts, since today it is cold. In Brazil, once I reach my hometown, which is my final destination, I will be greeted by many sounds on the streets. There will be dogs barking, maybe even the clip-clop of a horse passing by, motorcycle-taxis making a lot of noise, cars honking, people walking on the sidewalks and talking. Here, days pass by without anyone ringing the doorbell. Over there, there will be a next door’s maid bringing a dessert, a man selling lemons, someone offering to fix something, and so on. The bell will ring many times.
What makes two countries so different? On Friday, when I was saying goodbye to a Brazilian friend who also lives here, she asked me to bring her some energy from Brazil. It is true that when I go back to my home country I feel more energized. I can’t explain if it is the sun or the laughter of the people around me. It has a huge impact on me. But I certainly enjoy it.
It is almost time to go. I am happy but nervous. I think about my children and my husband who will be staying here and how much I am going to miss them. It seems that my family is growing in this part of the world and that I am sinking my roots here deeper and deeper. Brazil, the country of my past, attracts me inexorably. The US, my present, represents new beginnings and opportunities. Why doesn’t life ever present us with easy choices?

PASSADO E PRESENTE

Eu estava examinando algumas notas de dinheiro brasileiro e mais uma vez constatando que não tinha ideia do que elas realmente valiam. O que eu poderia comprar com R$ 50? Quanto custaria um cappuccino no Brasil? Quando estou me preparando para voltar ao Brasil, como agora, tenho que me ajustar a uma nova realidade: começar a pensar como brasileira, tentar entender o valor do dinheiro brasileiro, me preparar para o clima quente, vestir da maneira como as brasileiras vestem. É interessante como mudar de país muda uma pessoa. Estou aqui nos EUA quase que metade da minha vida. Às vezes me sinto extremamente americana. Às vezes me convenço de que nunca vou deixar de ser brasileira. Na maioria das vezes, sinto-me confusa com essas duas nacionalidades tão diferentes.

      Estou me aprontando para ir ao aeroporto na minha casa, numa cidadezinha tranquila, cerca de uma hora da Filadélfia, onde não há praticamente nenhum som na rua. Poderia contar nos dedos quantos carros passam em uma hora. Não há nenhum barulho externo. Se eu olhar para fora da minha janela, a rua está vazia. O único barulho na casa é do meu teclado enquanto digito no computador, e do aquecedor que às vezes liga, já que hoje está frio. No Brasil, quando chegar na minha cidade natal, para onde estou indo, ouvirei muitos sons nas ruas. Haverá cães latindo, quem sabe um cavalo passando, moto-táxis fazendo muito barulho, carros buzinando, pessoas caminhando nas calçadas e conversando. Aqui, os dias passam sem que ninguém toque a campainha da minha casa. Lá, uma empregada aparecerá trazendo um doce mandado pela vizinha, um homem estará vendendo limões, alguém vai se oferecer para  consertar alguma coisa, e assim por diante. A campainha tocará muitas vezes.
      O que faz dois países serem tão diferentes? Na sexta-feira, quando eu me despedia de uma amiga brasileira que também mora aqui, ela me pediu para lhe trazer um pouco da energia do Brasil. É verdade que quando volto ao meu país me sinto mais cheia de vida. Não sei se é o sol, a alegria das pessoas ao meu redor, o que causa um impacto tão grande em mim. Mas com certeza gosto muito disso.
      Está quase na hora de ir. Estou feliz, mas nervosa. Penso nos meus filhos e meu marido que ficarão aqui e em quanto vou sentir falta deles. Parece que minha família está crescendo neste lado do mundo e que estou fincando minhas raízes aqui cada vez mais. Brasil, o país do meu passado, me atrai inexoravelmente. Os EUA, meu presente, representam novos começos e oportunidades. Por que a vida nunca nos oferece escolhas fáceis?

1 comment:

  1. Desejo a você uma ótima viagem e uma proveitosa temporada no Brasil!

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