Friday, May 13, 2011

Can you hear me? (Você pode me ouvir?)


My husband and I were driving to a meeting today when this guy stopped his car next to us at a red light. He was playing such loud music, that I thought my ears were going to explode. I felt tempted to roll down the passenger side window of my car and ask him: “excuse me, just what makes you think that I want to hear your music?”  Instead, I just started pondering why are there so many people in the world who want to force us to enjoy what they like, as if they know better than anyone what is good for us.

There is nothing that I dislike more than perfect strangers telling me what I should do. Once there was this woman who had the key to a fitting room in a department store and when I asked for it, she told me that I should smile first. I felt like kicking her instead, of course…Sometimes the people aren’t total strangers, but acquaintances who make some comment  out of the blue. I have heard people advising me to cut my hair, let it grow, try a different color, and so on. And all of this at a moment we weren’t discussing hair at all…

Sometimes I worry that I am becoming too Americanized and that is why I don’t enjoy people giving me their two cents worth – an American expression by the way that means giving a free advice. Maybe I am so used to living in the US, where privacy is so important, that I don’t have a high regard for this kind of behavior anymore.

Today I was discussing with a Brazilian friend, who had guests from Brazil staying at her house for one month, about how we change after living many years in another country. It is only after spending time with people from our own country that we come to realize the differences between us.

One thing I know for sure. Even if I were in Brazil, US, China, Tibet or any other country, these people with their sound system blasting in their cars, forcing me to hear their music would always annoy me.  The same is true for people who ask me to smile when I just need a key to the fitting room, or suggest that I do something with my appearance when I am feeling perfectly well the way I look. I guess we all have our sore spot that when touched makes us feel like strangling a perfect stranger. ..

VOCÊ PODE ME OUVIR?

Meu marido e eu estávamos indo para uma reunião hoje, quando o sinal fechou e um carro parou à nossa direita. O moço que dirigia estava tocando uma música tão alta, que eu pensei que meus ouvidos fossem explodir. Fiquei tentada a abrir a janela do lado do passageiro do meu carro e perguntar ao sujeito: "com licença, mas você realmente acha que eu quero ouvir a sua música"?  Em vez disso, fiquei pensando por que tem tanta gente no mundo que quer nos obrigar a gostar do que eles gostam, como se soubessem  melhor do que ninguém o que é bom para nós.

Não há nada que me irrite mais do que perfeitos estranhos me dizendo o que devo fazer. Uma vez, tive de pedir a uma mulher a chave para entrar no provador de roupas numa loja. Quando pedi a chave, ela me disse que eu deveria primeiro lhe dar um sorriso. É claro que tive vontade de lhe dar um chute em vez disso... Às vezes as pessoas não são totalmente estranhas, mas conhecidos que resolvem fazer um comentário sem mais nem menos. Já tive gente me aconselhando a cortar meu cabelo, deixar crescer, tentar uma cor diferente, e assim por diante. E tudo isso quando nem estávamos falando de cabelo...

Às vezes eu me preocupo achando que estou ficando muito americanizada e é por isso que não gosto mais de pessoas me dando ‘os seus dois centavos’ - uma expressão americana que quer dizer dar uma opinião de graça. Talvez eu esteja tão acostumada a viver nos EUA, onde a privacidade é tão importante, que não tenho mais paciência com esse tipo de comportamento.

Hoje eu estava conversando com uma amiga brasileira, que tinha acabado de receber hóspedes do Brasil na sua casa por um mês, sobre como mudamos depois de viver muitos anos em outro país. E só depois de passar um tempo com as pessoas do nosso próprio país é que percebemos as diferenças entre nós.

Mas uma coisa eu sei com certeza. Mesmo se eu estivesse no Brasil, EUA, China, Tibete ou em qualquer outro país, essas pessoas com o seu sistema de som tocando a todo volume nos carros, obrigando-me a ouvir a música delas, iriam sempre me irritar. O mesmo é verdade para aquelas que me pedem para sorrir quando só preciso de uma chave para o provador de roupas, ou as que me sugerem que eu mude alguma coisa na minha aparência quando estou me sentindo perfeitamente bem do jeito que sou. Todos nós temos um pontinho especial que quando tocado nos deixa com vontade de esganar um perfeito desconhecido. ..

Photo: Paul Martin Eldridge

1 comment:

  1. Que bom, saber que não estou só. Entre essas coisas super irritantes, dou especial destaque para as pessoas que falam alto ao celular. Eu não quero ouvir o que elas estão falando, e elas me obrigam a isto!
    Ah, Dete... adoro ler seus escritos!

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