Monday, January 24, 2011

OBSESSION (OBSESSÃO)

So many thoughts on my mind... Two surgeries yet to come... My mother-in-law who needs a lot of care... A pile of work to do... The chilly weather that is freezing my Brazilian bones....   The anxiety prevents me from writing. It is hard to have inspiration when the world demands so much and I feel so vulnerable.

I obsess about a million things that could go wrong. Instead of concentrating on the present, my mind races to the future where everything is dark and threatening, where I am not a winner but an eternal victim of the destiny. The black warrior appears and cuts my head off: I am defeated by my own morbid imagination. My body lays almost lifeless, ready for the crows to come and peck away the last crumbs of hope.

The world outside is white; a white that stretches forever, bringing only sadness and despair. Where did the sun hide? Is it looking for the lost continent of Atlantis? Will it ever come back, bringing music and happiness, dancing like the gypsies and playing tricks on the passersby? Will the children laugh again on the streets, making our worries disappear like a snowflake tired of hanging in thin air? 

Dark thoughts fill my mind; dark shadows scare my soul. I obsess about things I can do nothing about, trying in vain to control life as if life weren’t a wild beast, always refusing to be reigned in. Forever we continue our struggle of wills even though I know I have no chance of winning.

I obsess about thoughts, fates, desires, fears, while my cat obsesses about a humidifier. For countless hours he stares at it, maybe hoping for the water to spill out, maybe hoping for a sound, maybe hoping to see a bubble rising from nowhere? His obsession is as pointless as mine. Being human, I would like to think that I am smarter than him, but in the end, we are both trapped in our senseless world. I obsess. He obsesses. We obsess. 

 OBSESSÃO


Tantos pensamentos na minha mente ... Duas cirurgias tão próximas ... Minha sogra que precisa de tanta atenção ... Uma pilha de trabalho para acabar ... O tempo frio que congela meus ossos brasileiros .... A ansiedade me impede de escrever. É difícil ter inspiração quando o mundo faz tantas exigências e eu me sinto tão vulnerável.

Penso sem parar a respeito de um milhão de coisas que podem dar errado. Em vez de me concentrar no presente, minha mente voa para o futuro onde tudo é sombrio e ameaçador, onde não sou vencedora, mas uma eterna vítima do destino. O guerreiro negro aparece e corta a minha cabeça: sou derrotada por minha própria imaginação mórbida. Meu corpo desmorona aos poucos, pronto para os corvos virem e comerem as últimas migalhas de esperança.

O mundo lá fora é branco, um branco que continua para sempre, trazendo tristeza e desespero. Onde o sol se escondeu? Será que foi a procura do continente perdido de Atlântida? Nunca voltará, trazendo música e alegria, dançando como os ciganos e brincando com os transeuntes? Será que as crianças vão rir de novo nas ruas, fazendo com que nossas preocupações desapareçam como um floco de neve cansado de ficar pendurado no ar?

Pensamentos melancólicos povoam minha mente; sombras negras assustam minha alma. Penso sem parar nos problemas que não posso resolver, em vão tentando controlar a vida como se ela não fosse um animal selvagem, sempre se recusando a ser dominada.  Continuamos a nossa batalha de desejos, embora eu saiba que não tenha nenhuma possibilidade de vencê-la.

Penso obsessivamente sobre o destino, meus desejos, medos, enquanto meu gato observa sem parar o umidificador. Por incontáveis horas ele o olha, talvez esperando que a água derrame, talvez esperando que faça um barulho, talvez na esperança de ver uma bolha de água aparecer do nada? Sua obsessão é tão inútil quanto a minha. Como sou humana, gostaria de pensar que sou mais inteligente do que ele, mas no final, nós dois estamos presos em nosso mundo sem sentido. 
I obsess. He obsesses. We obsess.

1 comment: