So many thoughts on my mind... Two surgeries yet to come... My mother-in-law who needs a lot of care... A pile of work to do... The chilly weather that is freezing my Brazilian bones.... The anxiety prevents me from writing. It is hard to have inspiration when the world demands so much and I feel so vulnerable.
I obsess about a million things that could go wrong. Instead of concentrating on the present, my mind races to the future where everything is dark and threatening, where I am not a winner but an eternal victim of the destiny. The black warrior appears and cuts my head off: I am defeated by my own morbid imagination. My body lays almost lifeless, ready for the crows to come and peck away the last crumbs of hope.
The world outside is white; a white that stretches forever, bringing only sadness and despair. Where did the sun hide? Is it looking for the lost continent of Atlantis? Will it ever come back, bringing music and happiness, dancing like the gypsies and playing tricks on the passersby? Will the children laugh again on the streets, making our worries disappear like a snowflake tired of hanging in thin air?
Dark thoughts fill my mind; dark shadows scare my soul. I obsess about things I can do nothing about, trying in vain to control life as if life weren’t a wild beast, always refusing to be reigned in. Forever we continue our struggle of wills even though I know I have no chance of winning.
I obsess about thoughts, fates, desires, fears, while my cat obsesses about a humidifier. For countless hours he stares at it, maybe hoping for the water to spill out, maybe hoping for a sound, maybe hoping to see a bubble rising from nowhere? His obsession is as pointless as mine. Being human, I would like to think that I am smarter than him, but in the end, we are both trapped in our senseless world. I obsess. He obsesses. We obsess.
OBSESSÃO
Tantos pensamentos na minha mente ... Duas cirurgias tão próximas ... Minha sogra que precisa de tanta atenção ... Uma pilha de trabalho para acabar ... O tempo frio que congela meus ossos brasileiros .... A ansiedade me impede de escrever. É difícil ter inspiração quando o mundo faz tantas exigências e eu me sinto tão vulnerável.
Penso sem parar a respeito de um milhão de coisas que podem dar errado. Em vez de me concentrar no presente, minha mente voa para o futuro onde tudo é sombrio e ameaçador, onde não sou vencedora, mas uma eterna vítima do destino. O guerreiro negro aparece e corta a minha cabeça: sou derrotada por minha própria imaginação mórbida. Meu corpo desmorona aos poucos, pronto para os corvos virem e comerem as últimas migalhas de esperança.
O mundo lá fora é branco, um branco que continua para sempre, trazendo tristeza e desespero. Onde o sol se escondeu? Será que foi a procura do continente perdido de Atlântida? Nunca voltará, trazendo música e alegria, dançando como os ciganos e brincando com os transeuntes? Será que as crianças vão rir de novo nas ruas, fazendo com que nossas preocupações desapareçam como um floco de neve cansado de ficar pendurado no ar?
Pensamentos melancólicos povoam minha mente; sombras negras assustam minha alma. Penso sem parar nos problemas que não posso resolver, em vão tentando controlar a vida como se ela não fosse um animal selvagem, sempre se recusando a ser dominada. Continuamos a nossa batalha de desejos, embora eu saiba que não tenha nenhuma possibilidade de vencê-la.
Penso obsessivamente sobre o destino, meus desejos, medos, enquanto meu gato observa sem parar o umidificador. Por incontáveis horas ele o olha, talvez esperando que a água derrame, talvez esperando que faça um barulho, talvez na esperança de ver uma bolha de água aparecer do nada? Sua obsessão é tão inútil quanto a minha. Como sou humana, gostaria de pensar que sou mais inteligente do que ele, mas no final, nós dois estamos presos em nosso mundo sem sentido. I obsess. He obsesses. We obsess.
Monday, January 24, 2011
Monday, January 17, 2011
The Space Between Us (A distância entre nós)
At the end of the year, I usually like to go over the list of books that I read the year before and decide which ones I liked the most. I was fortunate to read some very good books last year, but one that really caught my imagination was The Space Between Us, by Thrity Umrigar, an Indian journalist. The book, already translated in many languages, including Portuguese, describes the relationship between Bhima, a domestic servant who lives in the slums of Bombay, and Sera, the woman for whom she works. In Sera’s apartment, Bhima cleans the sofas on which she is not permitted to sit. She washes glasses from which she is not allowed to drink. Yet, Bhima and Sera consider themselves friends.
Sera is an upper-middle-class housewife. Bhima is an illiterate woman hardened by a life of despair and loss. Both have known each other for many years, but when a tragedy overtakes Sera’s houselhold their friendship is put to test against all the prejudices of the modern-day Indian society. The novel shows how the lives of the rich and the poor are intertwined yet vastly removed from each other.
Sera is an upper-middle-class housewife. Bhima is an illiterate woman hardened by a life of despair and loss. Both have known each other for many years, but when a tragedy overtakes Sera’s houselhold their friendship is put to test against all the prejudices of the modern-day Indian society. The novel shows how the lives of the rich and the poor are intertwined yet vastly removed from each other.
Reading the novel set in a place so distant from me, I am reminded of a blog I posted - The Girls (6/1/2009) - about the young ladies who used to work for our family in Brazil. The story also made me think of another story that I read - I don’t remember where - about this guy who worked as a street sweeper for months and wrote an article showing how these people were invisible: nobody said hi to them, nobody even looked at them. There was such a huge space between someone passing by on the street and the guy sweeping the street that it was as if the former could not see the latter.
The space between the rich and poor is larger than an ocean and frequently one is right in front of the other. Poor garbage collectors take out the trash in front of mansions and are noticed only when they don’t do a good job. Poor children lurk around tourist spots in many countries “inconveniencing” the rich tourists with their insistence to provide help. Homeless men park themselves in front of fancy department stores and offend the eyes of the rich people who are shopping preferring not to be reminded of poverty.
Whenever I see news of natural disasters, like the floods in Sri Lanka or in Brazil, the earthquake in Haiti, or hurricane Katrina in New Orleans, I realize that the poor are the victims while most of the middle and upper class are spared. From our comfortable homes we watch the predicaments of the displaced on TV. For a few minutes we feel sorry for those who lost everything, we wonder what is going to happen to them, but then we forget and go on with our busy lives.
Sometimes, in the same country, there is the space of a century dividing the rich and poor, especially the children. The middle class and wealthy children chat on Facebook, listen to their iPods, use their smart phones and watch their high definition TV, while the poor children are illiterate, work from morning to dusk on farms and go home only to sleep, sharing a bed with another sibling. They learn to dream small and even these small dreams are often shattered by life.
The book from Thrity Umrigar made me think about all these inconsistencies that we usually prefer not to see. It is easier to pretend that there is no poverty or that the bad luck of the poor has nothing to do with us. But, if we are conscientious people, living in denial might result in many sleepless nights.
A DISTÂNCIA ENTRE NÓS
No final do ano, normalmente gosto de rever a lista de livros que li no ano anterior e decidir de quais gostei mais. Tive a sorte de ler alguns livros muito bons no ano passado, mas um que realmente me fez pensar foi “A Distância Entre Nós”, da jornalista indiana Thrity Umrigar. O livro, já traduzido em várias línguas, inclusive Português, descreve o relacionamento entre Bhima, uma empregada doméstica que vive nas favelas de Bombaim, e Sera, a mulher para quem ela trabalha. No apartamento de Sera, Bhima limpa os sofás nos quais ela não tem permissão para sentar-se. Lava copos nos quais não pode beber. No entanto, Bhima e Sera se consideram amigas. Sera é uma dona de casa de classe média-alta. Bhima é uma mulher analfabeta, endurecida por uma vida de desespero e perdas. As duas se conhecem há muitos anos, mas quando uma tragédia se abate sobre a casa de Sera, essa amizade é posta à prova e todos os preconceitos da sociedade moderna indiana vêm à tona. O romance mostra como a vida dos ricos e dos pobres estão interligadas mas continuam imensamente separadas uma da outra.
Lendo a história ambientada em um lugar tão distante de mim, lembrei-me de um blog que escrevi - As meninas (06/01/2009) - sobre as moças que trabalhavam para a nossa família no Brasil. O livro também me fez pensar sobre outra história que li não me lembro onde, a respeito de um pesquisador que trabalhou como gari durante meses e escreveu um artigo mostrando como essas pessoas eram invisíveis: ninguém dizia oi para elas, ninguém sequer olhava para elas. Havia uma distância tão grande entre uma pessoa passando pela rua e o cara varrendo a rua, que era como se um não pudesse ver o outro.
A distância entre ricos e pobres é maior do que um oceano e, frequentemente, um está bem na frente do outro. Os coletores recolhem o lixo em frente das mansões e são notados somente quando não fazem um bom trabalho. As crianças pobres ficam por volta dos locais turísticas em muitos países e "incomodam" os turistas ricos com sua insistência em ajudá-los. Mendigos param na frente de lojas de departamento “ofendendo” os olhos das pessoas ricas que estão comprando e preferem não se lembrar da pobreza.
Sempre que vejo notícias de catástrofes naturais, como inundações em Sri Lanka ou no Brasil, o terremoto no Haiti, o furacão Katrina em Nova Orleans, percebo que os pobres são as vítimas, enquanto a maioria da classe média e os ricos são poupados de qualquer dano. Sentadas nas nossas casas confortáveis, acompanhamos pela TV as tragédias dos que ficaram sem casa, por alguns minutos sentimos pena daqueles que perderam tudo, nos perguntamos o que vai acontecer com eles, mas depois esquecemos e continuamos envolvidas na correria da nossa vida.
Às vezes, no mesmo país, a distância de um século separa ricos e pobres, especialmente as crianças. Enquanto s crianças das classes média e alta chat no Facebook, ouvem seus iPods, usam seus smart phones e assistem TV em alta definição, as crianças pobres são analfabetas, trabalham de manhã à noite nas fazendas e vão para casa só para dormir, dividindo a cama com outro irmão. Aprendem a sonhar com coisas insignificantes e mesmo estes pequenos sonhos são frequentemente destruídos pela vida.
O livro de Thrity Umrigar me fez pensar sobre todas essas inconsistências que geralmente preferimos não ver. É mais fácil fingir que não existe pobreza ou que a má sorte dos pobres não tem nada a ver conosco. Mas, se somos pessoas conscientes, viver fazendo de conta que isso não existe pode resultar em muitas noites de insônia.
Thursday, January 6, 2011
Priority List (Lista de prioridades)
I am the kind of person who likes to make lists. Close to my desk, there is usually a list of things that I need to deal with that day. On my Google calendar, I have reminders for things that I want to do during the week. When I travel, I have lists of stuff I want to buy before I go and lists of stuff I want to take with me. The other day, before going to the doctor, I made a list of questions I wanted to ask him about my knee. But there is one item that seldom makes my list or is always at the bottom of it: me! I have a very hard time assigning a high priority to myself.
My priorities in life are well-defined. Being a mother, my children always come first. For them, I am capable of dropping anything I am doing at any time. This, of course, sometimes causes problems with priority number two, my husband, who also requires a lot of time and attention. Priority number three is my work and I am very committed to it. So committed that because of it I usually forget priority number four, which is me. The fact is that priority number four seems to have a hard time holding a place on the list: it can be put aside by a million things or people like, for example: other family members, friends, an illness, problems at the house, the car, and so on.
The other day, I was suggesting to my friend that she should go and get a massage to relax. However, I would feel very guilty following my own advice. If one of my children would ask me for money to buy something, even if it were something superfluous, I would give it if I could. But going out and getting a massage, which I happen to love, makes me feel very guilty. I don’t know from where I get this notion that I am an undeserving person. I am sure that my Catholic upbringing, which taught me that we have to suffer here on the Earth to go to Heaven when we die, contributed to it. But I see many Catholics pampering themselves without any guilty feelings so I don’t understand why I can’t do the same.
My feelings of guilt prevent me from doing a lot of things that I would love to do. I feel guilty for writing when I should be working (like now). I feel guilty for eating too much, for not exercising, for not paying more attention to people around me, for not being such a good person... My guilt list can go on and on...This list, I realize, has only one objective: to paralyze me and make me proceed throughout my day like a robot, doing everything that is supposedly my duty and nothing that really pleases me.
Yesterday, at the spiritist center, I was listening to a talk about death. The brother of the gentleman in charge of the Center had died and he took the opportunity to share his sadness and discuss the meaning of death. He was reminding us about how we go through life afraid of death, not wanting to mention it, but also afraid of life itself. The brother of the gentleman died from a heart attack at the age of 53. He had no time to make plans for his death and probably died without fulfilling many of his dreams. Why do most of us find it easier to live like this, giving priority to material things or to other people, while keeping ourselves at the bottom of our list?
I wish I could say that from now on I am going to change my priority list and assign myself a top position on it. However, I am so trained at feeling guilty when I do something good for myself, that I doubt I could keep me always in first place. I will promise, at least, to try to do a very small thing that pleases me every single day. We have to start loving ourselves little by little.
LISTA DE PRIORIDADES
Sou o tipo de pessoa que gosta de fazer listas. Perto de minha escrivaninha, geralmente há uma lista de coisas que preciso resolver naquele dia. Na minha agenda do google, marco tudo que pretendo fazer durante a semana. Quando viajo, faço listas do que quero comprar antes de ir e listas do que deveria levar comigo. Outro dia, antes de ir ao médico, fiz uma lista do que deveria perguntar sobre meu joelho. Mas há um item que raramente entra na minha lista ou está sempre no fim dela: eu mesma! Tenho a maior dificuldade de me colocar como prioridade.
As minhas prioridades na vida são bem definidas. Como sou mãe, meus filhos vêm sempre em primeiro lugar. Por eles, sou capaz de interromper qualquer coisa a qualquer momento. Isso, é claro, às vezes causa problemas com minha prioridade número dois, meu marido, que também exige muito tempo e atenção. Prioridade número três é o meu trabalho e eu o levo muito a sério. Por causa dele, costumo esquecer a prioridade número quatro, que deveria ser eu. O fato é que a prioridade número quatro parece ter dificuldade em manter seu lugar na lista: ela pode ser posta de lado por um milhão de coisas ou pessoas como outros membros da família, amigos, uma doença, problemas em casa, com o carro, e assim por diante...
Gostaria de poder dizer que de agora em diante vou mudar a minha lista de prioridades e me colocar na posição mais elevada. No entanto, estou tão treinada em me sentir culpada quando faço algo bom para mim mesma, que duvido que eu pudesse me manter sempre em primeiro lugar. Vou prometer, pelo menos, tentar fazer uma coisinha que seja que me agrade a cada dia. Temos que começar a nos amar devagarinho...
Photo: Bernadete Piassa
My priorities in life are well-defined. Being a mother, my children always come first. For them, I am capable of dropping anything I am doing at any time. This, of course, sometimes causes problems with priority number two, my husband, who also requires a lot of time and attention. Priority number three is my work and I am very committed to it. So committed that because of it I usually forget priority number four, which is me. The fact is that priority number four seems to have a hard time holding a place on the list: it can be put aside by a million things or people like, for example: other family members, friends, an illness, problems at the house, the car, and so on.
The other day, I was suggesting to my friend that she should go and get a massage to relax. However, I would feel very guilty following my own advice. If one of my children would ask me for money to buy something, even if it were something superfluous, I would give it if I could. But going out and getting a massage, which I happen to love, makes me feel very guilty. I don’t know from where I get this notion that I am an undeserving person. I am sure that my Catholic upbringing, which taught me that we have to suffer here on the Earth to go to Heaven when we die, contributed to it. But I see many Catholics pampering themselves without any guilty feelings so I don’t understand why I can’t do the same.
My feelings of guilt prevent me from doing a lot of things that I would love to do. I feel guilty for writing when I should be working (like now). I feel guilty for eating too much, for not exercising, for not paying more attention to people around me, for not being such a good person... My guilt list can go on and on...This list, I realize, has only one objective: to paralyze me and make me proceed throughout my day like a robot, doing everything that is supposedly my duty and nothing that really pleases me.
Yesterday, at the spiritist center, I was listening to a talk about death. The brother of the gentleman in charge of the Center had died and he took the opportunity to share his sadness and discuss the meaning of death. He was reminding us about how we go through life afraid of death, not wanting to mention it, but also afraid of life itself. The brother of the gentleman died from a heart attack at the age of 53. He had no time to make plans for his death and probably died without fulfilling many of his dreams. Why do most of us find it easier to live like this, giving priority to material things or to other people, while keeping ourselves at the bottom of our list?
I wish I could say that from now on I am going to change my priority list and assign myself a top position on it. However, I am so trained at feeling guilty when I do something good for myself, that I doubt I could keep me always in first place. I will promise, at least, to try to do a very small thing that pleases me every single day. We have to start loving ourselves little by little.
LISTA DE PRIORIDADES
Sou o tipo de pessoa que gosta de fazer listas. Perto de minha escrivaninha, geralmente há uma lista de coisas que preciso resolver naquele dia. Na minha agenda do google, marco tudo que pretendo fazer durante a semana. Quando viajo, faço listas do que quero comprar antes de ir e listas do que deveria levar comigo. Outro dia, antes de ir ao médico, fiz uma lista do que deveria perguntar sobre meu joelho. Mas há um item que raramente entra na minha lista ou está sempre no fim dela: eu mesma! Tenho a maior dificuldade de me colocar como prioridade.
As minhas prioridades na vida são bem definidas. Como sou mãe, meus filhos vêm sempre em primeiro lugar. Por eles, sou capaz de interromper qualquer coisa a qualquer momento. Isso, é claro, às vezes causa problemas com minha prioridade número dois, meu marido, que também exige muito tempo e atenção. Prioridade número três é o meu trabalho e eu o levo muito a sério. Por causa dele, costumo esquecer a prioridade número quatro, que deveria ser eu. O fato é que a prioridade número quatro parece ter dificuldade em manter seu lugar na lista: ela pode ser posta de lado por um milhão de coisas ou pessoas como outros membros da família, amigos, uma doença, problemas em casa, com o carro, e assim por diante...
Outro dia, sugeri a uma amiga que fosse a uma massagista para relaxar. No entanto, eu me sentiria muito culpada seguindo meu próprio conselho. Se um dos meus filhos me pede dinheiro para comprar alguma coisa, mesmo que seja algo supérfluo, geralmente dou se posso. Mas ir a uma massagista, o que adoro, me deixaria muito culpada. Não sei de onde tirei essa ideia de que não mereço nada. Com certeza minha criação católica, que me ensinou que temos de sofrer aqui na Terra para ir para o céu quando morremos, contribuiu para isso. Mas vejo muitos católicos se paparicando sem qualquer sentimento de culpa e não entendo por quê não posso fazer o mesmo.
Meu sentimento de culpa me impede de fazer um monte de coisas que adoraria fazer. Eu me sinto culpada por escrever quando deveria estar trabalhando (como agora), me sinto culpada por comer demais, por não fazer exercícios, por não dar mais atenção às pessoas ao meu redor, por não ser uma pessoa tão boa ... Minha lista de culpas é infinita ... Essa lista, já percebi, tem apenas um objetivo: paralisar-me e me forçar a passar o dia como um robô, fazendo tudo o que supostamente é o meu dever e nada que realmente me agrada.
Ontem, no centro espírita, eu estava ouvindo uma palestra sobre a morte. O irmão do senhor que dirige o Centro tinha morrido e ele aproveitou a oportunidade para compartilhar a sua tristeza com os frequentadores do Centro e discutir o significado da morte. Ele estava explicando como passamos a vida com medo da morte, não querendo falar dela, mas também com medo da própria vida. O irmão do senhor morreu de ataque cardíaco aos 53 anos de idade. Não teve tempo de se preparar para sua morte, e provavelmente morreu sem realizar muitos dos seus sonhos. Por que a maioria de nós acha mais fácil viver assim, dando prioridade às coisas materiais ou a outras pessoas, colocando-nos no fim da nossa lista?
Photo: Bernadete Piassa
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