My priorities in life are well-defined. Being a mother, my children always come first. For them, I am capable of dropping anything I am doing at any time. This, of course, sometimes causes problems with priority number two, my husband, who also requires a lot of time and attention. Priority number three is my work and I am very committed to it. So committed that because of it I usually forget priority number four, which is me. The fact is that priority number four seems to have a hard time holding a place on the list: it can be put aside by a million things or people like, for example: other family members, friends, an illness, problems at the house, the car, and so on.
The other day, I was suggesting to my friend that she should go and get a massage to relax. However, I would feel very guilty following my own advice. If one of my children would ask me for money to buy something, even if it were something superfluous, I would give it if I could. But going out and getting a massage, which I happen to love, makes me feel very guilty. I don’t know from where I get this notion that I am an undeserving person. I am sure that my Catholic upbringing, which taught me that we have to suffer here on the Earth to go to Heaven when we die, contributed to it. But I see many Catholics pampering themselves without any guilty feelings so I don’t understand why I can’t do the same.
My feelings of guilt prevent me from doing a lot of things that I would love to do. I feel guilty for writing when I should be working (like now). I feel guilty for eating too much, for not exercising, for not paying more attention to people around me, for not being such a good person... My guilt list can go on and on...This list, I realize, has only one objective: to paralyze me and make me proceed throughout my day like a robot, doing everything that is supposedly my duty and nothing that really pleases me.
Yesterday, at the spiritist center, I was listening to a talk about death. The brother of the gentleman in charge of the Center had died and he took the opportunity to share his sadness and discuss the meaning of death. He was reminding us about how we go through life afraid of death, not wanting to mention it, but also afraid of life itself. The brother of the gentleman died from a heart attack at the age of 53. He had no time to make plans for his death and probably died without fulfilling many of his dreams. Why do most of us find it easier to live like this, giving priority to material things or to other people, while keeping ourselves at the bottom of our list?
I wish I could say that from now on I am going to change my priority list and assign myself a top position on it. However, I am so trained at feeling guilty when I do something good for myself, that I doubt I could keep me always in first place. I will promise, at least, to try to do a very small thing that pleases me every single day. We have to start loving ourselves little by little.
LISTA DE PRIORIDADES
Sou o tipo de pessoa que gosta de fazer listas. Perto de minha escrivaninha, geralmente há uma lista de coisas que preciso resolver naquele dia. Na minha agenda do google, marco tudo que pretendo fazer durante a semana. Quando viajo, faço listas do que quero comprar antes de ir e listas do que deveria levar comigo. Outro dia, antes de ir ao médico, fiz uma lista do que deveria perguntar sobre meu joelho. Mas há um item que raramente entra na minha lista ou está sempre no fim dela: eu mesma! Tenho a maior dificuldade de me colocar como prioridade.
As minhas prioridades na vida são bem definidas. Como sou mãe, meus filhos vêm sempre em primeiro lugar. Por eles, sou capaz de interromper qualquer coisa a qualquer momento. Isso, é claro, às vezes causa problemas com minha prioridade número dois, meu marido, que também exige muito tempo e atenção. Prioridade número três é o meu trabalho e eu o levo muito a sério. Por causa dele, costumo esquecer a prioridade número quatro, que deveria ser eu. O fato é que a prioridade número quatro parece ter dificuldade em manter seu lugar na lista: ela pode ser posta de lado por um milhão de coisas ou pessoas como outros membros da família, amigos, uma doença, problemas em casa, com o carro, e assim por diante...
Outro dia, sugeri a uma amiga que fosse a uma massagista para relaxar. No entanto, eu me sentiria muito culpada seguindo meu próprio conselho. Se um dos meus filhos me pede dinheiro para comprar alguma coisa, mesmo que seja algo supérfluo, geralmente dou se posso. Mas ir a uma massagista, o que adoro, me deixaria muito culpada. Não sei de onde tirei essa ideia de que não mereço nada. Com certeza minha criação católica, que me ensinou que temos de sofrer aqui na Terra para ir para o céu quando morremos, contribuiu para isso. Mas vejo muitos católicos se paparicando sem qualquer sentimento de culpa e não entendo por quê não posso fazer o mesmo.
Meu sentimento de culpa me impede de fazer um monte de coisas que adoraria fazer. Eu me sinto culpada por escrever quando deveria estar trabalhando (como agora), me sinto culpada por comer demais, por não fazer exercícios, por não dar mais atenção às pessoas ao meu redor, por não ser uma pessoa tão boa ... Minha lista de culpas é infinita ... Essa lista, já percebi, tem apenas um objetivo: paralisar-me e me forçar a passar o dia como um robô, fazendo tudo o que supostamente é o meu dever e nada que realmente me agrada.
Ontem, no centro espírita, eu estava ouvindo uma palestra sobre a morte. O irmão do senhor que dirige o Centro tinha morrido e ele aproveitou a oportunidade para compartilhar a sua tristeza com os frequentadores do Centro e discutir o significado da morte. Ele estava explicando como passamos a vida com medo da morte, não querendo falar dela, mas também com medo da própria vida. O irmão do senhor morreu de ataque cardíaco aos 53 anos de idade. Não teve tempo de se preparar para sua morte, e provavelmente morreu sem realizar muitos dos seus sonhos. Por que a maioria de nós acha mais fácil viver assim, dando prioridade às coisas materiais ou a outras pessoas, colocando-nos no fim da nossa lista?
Photo: Bernadete Piassa
Adorei, Dete, como sempre! E também me identifiquei muito com o tema, embora eu me atreva a alterar um pouco a ordem de prioridades de vez em quando, me permitindo o grande prazer de cantar e dançar sem me sentir tão culpada ...
ReplyDeleteVc tem razão: a gente aprende a se amar aos poucos. Tem horas que acho que é tarde demais para aprender, porém na maior parte do tempo acho que esse aprendizado sempre vale a pena.
Dete, seu blog é maravilhoso, continue a escrever, para que as informações voem o mundo e que agente possa ler coisas maravilhosa.
ReplyDeleteOi Marcelino,
ReplyDeleteMuito obrigada pelo seu comentario. Fico emocionada!