Monday, October 4, 2010

Simplicity vs. Complexity (Simplicidade versus complexidade)



An American friend of mine told me a story about when he went to give a talk in Japan and the audience laughed a lot at his jokes. They laughed so much that he became suspicious. At the end of his talk, he asked the interpreter if they had understood the jokes and what she had said to them. She then confessed that she had explained to the audience that my friend had worked very hard on his presentation so, as an act of kindness, could they please laugh at his jokes?

This weekend, a Brazilian friend of mine came over for dinner and told us an American joke. He then commented about how hard it was to translate a joke. I totally agreed with him, but I thought that jokes are not the only things difficult to translate. There are many nuances in one country that are almost impossible to explain to a person who has never been in that country.

I am facing this predicament because my American husband and I are getting ready to go on vacation to Brazil. I am trying to prepare him, explaining small details about my country. However, I am aware that many of my comments about Brazil continue to puzzle him.

Being an American, he is used to things straightforward. How can I explain the complexities of my country? He got a taste of that last week, when we tried to buy tickets online for flights inside Brazil, using two different Brazilian airlines. It took us 4 hours to book the flights, while it had taken us 15 minute to book the flights from Philadelphia to Rio de Janeiro through an American airline company. The first Brazilian site froze, then displayed an error message, then said we couldn’t create an account because we already had one and we should try again another time. The other site didn’t acknowledge when the ticket was bought so my husband tried to buy another. At that point, he got an email from his credit card company because of a suspicion of fraud. This problem was resolved with a phone call and we went online again to buy the ticket. Still, we got no confirmation. I chatted with someone online who gave me a number to call in Brazil. Only after this call, we succeeded in buying the tickets.

The hotel reservation was the same story. My aunt checked the hotel in Rio and then suggested that I book online. When I tried, there wasn’t an online form to be filled in; I had to send an email to the hotel. Two days later, there wasn’t still an answer. I had to contact someone else and it took me two more days to book the room.

Why all this complexity? There are things in Brazil very simple, but when it comes to business, the complications start. And, if the business is with the government, then you are in for a lot of aggravation. One of the phrases that I made a point of teaching my husband in Portuguese was “a little bit late.” I was explaining to him that he would hear this all the time, because the entire country runs “a little bit late.” But how to explain that for someone who lives in a country where people complain if the train is 10 minutes behind schedule? I can’t. Maybe the newly elected Brazilian Congressman, the clown Tiririca, will be able to come up with an explanation. By the way, I am still finding it hard to explain to my husband that the fact that a clown was just elected as a Congressman in Brazil wasn’t a joke.

SIMPLICIDADE VERSUS COMPLEXIDADE

Um amigo americano me contou que uma vez foi dar uma palestra no Japão e a plateia riu muito de suas piadas. Riram tanto que ele ficou desconfiado. No final da palestra, perguntou para a intérprete se eles tinham entendido as piadas e o que ela havia dito. Ela então confessou que havia explicado ao público que o meu amigo tinha trabalhado muito na sua apresentação por isso, por uma questão de gentileza, será que eles podiam, por favor, rir de suas piadas?

Este fim de semana, um amigo brasileiro veio jantar conosco e nos contou uma piada americana. Em seguida, comentou sobre como era difícil traduzir uma piada. Concordei totalmente com ele, mas pensei que não só as piadas eram difíceis de traduzir. Há muitas nuances num país que são quase impossível de explicar a uma pessoa que nunca esteve naquele país.

Enfrento essa dificuldade no momento porque eu e meu marido americano estamos nos preparando para ir de férias ao Brasil. Tento prepará-lo para a viagem, explicando pequenos detalhes sobre o meu país. No entanto, sei que muitos dos meus comentários sobre o Brasil continuam a intrigá-lo.

Sendo americano, ele é acostumado com simplicidade. Como posso explicar as complexidades do meu país? Ele se deu conta um pouquinho disso na semana passada, quando tentamos comprar passagens online para vôos dentro do Brasil, por duas companhias aéreas brasileiras. Demorou quatro horas para reservarmos as passagens, enquanto levamos apenas 15 minutos para fazer reservas da Filadélfia para o Rio de Janeiro, através de uma companhia aérea americana. O primeiro site brasileiro congelou, depois exibiu uma mensagem de erro, em seguida avisou que não podíamos criar uma conta porque já tínhamos uma e deveríamos tentar novamente mais tarde. O outro site não deu recibo depois que as passagens foram compradas e meu marido tentou comprar outras. Daí, ele recebeu um e-mail do seu cartão de crédito devido a uma suspeita de fraude. Depois que o problema se resolveu com um telefonema, voltamos online para fazer as compras. Mais uma vez, não recebemos confirmação. Eu conversei com alguém online no site da companhia que me deu um número para ligar no Brasil. Somente após a chamada conseguimos comprar as passagens.

A reserva do hotel foi a mesma história. Minha tia foi ver o hotel no Rio e, em seguida, sugeriu que eu fizesse a reserva online. Quando tentei, não havia um formulário online para ser preenchido; tive que enviar um e-mail para o hotel. Dois dias depois, ainda não havia resposta. Acabei contatando outra pessoa e ainda assim levou dois dias a mais para reservar o quarto.

Por que toda essa complexidade? Há coisas no Brasil muito simples, mas quando se trata de negócios, as complicações começam. E, se o negócio é com o governo, então qualquer um pode esperar muita dor de cabeça. Uma das frases que fiz questão de ensinar ao meu marido em português foi "um pouquinho atrasado." Expliquei que ele iria ouvir isso o tempo todo, porque o país inteiro está sempre "um pouquinho atrasado." Mas como explicar isso para alguém que mora num país onde as pessoas queixam-se se o trem chega com 10 minutos de atraso? Não sei. Talvez o deputado federal recém-eleito no Brasil, o palhaço Tiririca, seja capaz de uma explicação. Por falar nisso, estou achando muito difícil explicar ao meu marido que o fato de um palhaço ter sido eleito como deputado no Brasil não é uma piada.

Photos: Bernadete Piassa

2 comments:

  1. Que delícia, Dete!
    Como quero poder compartilhar com vocês toda essa loucura!

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  2. Tia, não esqueça de explicar para o Bill que no Brasil quando alguém convida para um jantar ou feta às oito, na verdade devemos chegar lá pelas oito e meia, nove. Caso contrário periga os donos da casa ainda não estarem prontos. Rs

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