A few weeks ago I watched a film about what happens when we are forced to
confront our worst enemy: ourselves. In the 2008 movie, Dhamma Brothers, we are
witness to the steps of some prison inmates at Donaldson Correction Facility, an
overcrowded maximum-security prison in Alabama, US. There, the convicts participate
voluntarily in a Vipassana retreat, an emotionally and physically demanding Buddhist
course of silent meditation. The movie chronicles the changes they experience
while going through the process, in which they spend 10 days without talking.
For one inmate, the course was “tougher than his eight years on Death Row.” Another
explains that his fellow inmates were afraid of him and, in the first moment
during meditation, when he had to face himself, he also got very scared. Who
was this man, after all? One convict, who couldn’t accept his guilty verdict,
comes to the realization that he is guilty, after all, even if he wasn’t the
one with the knife, stabbing people. Yet another inmate is able to forgive the
murderer of his daughter whom he starts to see just as a human being, worthy
of forgiveness and love.
Dhamma
Brothers includes interviews with inmates, prison guards and the inmate’s
relatives. One inmate advocate points out that the lifers are much more than
their crime but, when we look at them, we see them only by the crime they committed.
By interviewing family members and the inmates, the movie succeeds in its
mission of making the criminals appear human and makes us understand that there is
some good inside everybody and that transformation is, indeed, possible.
Vipassana Meditation has been taught in India for more than 2,500 years and
is considered a universal remedy for universal ills. Students learn how to concentrate
exclusively on the present. The teaching of Vipassana meditation in a
correctional environment was first tried in Jaipur, India in 1975. It stopped
being offered for a long time and resumed in March 1993, in the largest prison
in India holding nearly 10,000 inmates. Many courses followed for both men and
women, including a course for over 1,000 inmates one of the largest courses
ever held in modern times. Today there is a permanent meditation center within
the walls of Tihar Jail, as well as several other Indian prisons, at which
regular Vipassana courses are conducted. In addition, courses for thousands of
police cadets have been held at the Police Training College in New Delhi.
Following the establishment of this technique in the prisons of India,
Vipassana courses have been successfully conducted in the prisons of Taiwan,
UK, New Zealand and the United States. They are also currently under
consideration in many other countries. Studies show the practice improves inmates'
discipline and their willingness to co-operate with prison authorities. It
makes the inmates less prone to depression, feelings of hostility and
helplessness and a sense of hopelessness. They are also less likely to smoke,
do drugs and take alcohol.
The Donaldson Correction Facility, in Alabama, is the first
maximum-security prison in North America to conduct this meditation program. For
a time, the program was interruped but
now is back. There is a waiting list for the quarterly sessions, and
the state wants to expand the offering to its women's prison.
The
prisoners that are enrolled in the meditation programs tend to continue
meditating even after they end their retreat. They find peace in sitting and
confronting their own demons, instead of perpetuating violence in the jails. Like
Mahatma Gandhi said: “There is a higher court than courts of justice and that
is the court of conscience. It supersedes all other courts.”
SENTE-SE, PARE E REFLITA
Há
algumas semanas, assisti a um filme sobre o que acontece quando somos forçados
a confrontar o nosso pior inimigo: nós mesmos. No filme de 2008, Os Irmãos Dhamma,
seguimos os passos de alguns presos numa prisão de segurança máxima superlotada,
no estado de Alabama, nos EUA: Donaldson Correction Facility. Lá, os presos
participam voluntariamente de um retiro de dez dias no qual não podem falar e
praticam Vipassana, uma meditação budista que exige muito emocionalmente e
fisicamente. O filme descreve as mudanças dos presos no decorrer do
processo. Para um deles, o curso teria sido "mais difícil do que seus oito
anos no corredor da morte." Outro explica que seus companheiros tinham
medo dele e, no começo da meditação, quando teve que enfrentar a si mesmo, também
ficou muito assustado. Quem era aquele homem, afinal? Um
presidiário, que não conseguia aceitar o veredito de culpa, chega à conclusão
de que é culpado, afinal, mesmo que não tivesse esfaqueado as pessoas como era
acusado. Outro preso acaba perdoando o assassino de sua filha, que passa a ver
apenas como um ser humano, digno de perdão e de amor.
Os
irmãos Dhamma inclui entrevistas com os presos, funcionários das prisões e
familiares. Um defensor dos presos nos lembra que os condenados à prisão
perpétua são muito mais do que seu crime, mas, quando olhamos para eles, vemos
apenas o crime que cometeram. Ao entrevistar membros da família e os detentos,
o filme cumpre sua missão de mostrar a face humana dos criminosos nos fazendo entender
que há algo de bom em todos nós e que a transformação é, de fato, possível.
A
meditação Vipassana é ensinada na Índia há mais de 2.500 anos e é considerada
um remédio universal para males universais. Por meio dela, os alunos aprendem a
se concentrar exclusivamente no presente. O ensino da meditação Vipassana num
ambiente correcional começou em Jaipur, na Índia, em 1975. Deixou de ser
oferecido por um longo tempo e foi retomado em março de 1993, na maior prisão
na Índia, com cerca de 10.000 presos. Já foram realizados muitos cursos para
homens e mulheres, incluindo um para mais de 1.000 detentos - um dos maiores
cursos dos tempos modernos. Hoje, há um centro de meditação permanente na
prisão Tihar, bem como em várias outras prisões indianas, em que cursos
regulares de Vipassana são conduzidos. Além disso, há cursos para milhares de
cadetes da polícia na Escola de Formação de Polícia em Nova Délhi.
Após
o estabelecimento da técnica nas prisões da Índia, cursos de Vipassana têm sido
realizados com sucesso em Taiwan, Reino Unido, Nova Zelândia e Estados Unidos e
estão sendo considerados em muitos outros países. Estudos mostram que a prática
melhora a disciplina dos presos e sua vontade de cooperar com as autoridades penitenciárias.
Faz com que os detentos sejam menos propensos à depressão, sentimentos de
hostilidade e de desamparo. Eles também se mostram menos dispostos a fumar,
usar drogas e consumir bebidas alcoólicas.
Donaldson
é o primeiro presídio de segurança máxima na América do Norte a realizar esse
programa de meditação. Por um tempo, o programa foi interrompido mas agora está
de volta. Há uma lista de espera para as sessões trimestrais, e o estado quer
expandir a oferta para a prisão de mulheres.
Os
prisioneiros inscritos nos programas de meditação tendem a continuar meditando,
mesmo depois de terminar o retiro espiritual. Através da meditação, encontram
finalmente paz e são capazes de enfrentar seus próprios demônios, em vez de
perpetuar a violência nas prisões. Como disse Mahatma Gandhi: "Há um
tribunal superior aos tribunais de justiça, o tribunal da consciência. Ele supera todos os
outros tribunais. "
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