Photo: Jose Pepe Mujica - Diario el Mundo |
A few
weeks ago, my aunt sent me an article about José “Pepe” Mujica, the Uruguayan president,
considered the poorest president in the world. Mr. Mujica receives a monthly
salary of $12,500 but donates 90% of it and
lives on just $1,250. The rest of
his money is distributed among small non-profit organizations. The president’s
assets consist of a small and humble farm located about 20 miles from Montevideo and a 1987 VW
beetle. Recently, he offered the official presidential residence to shelter
homeless during the winter. In July 2011, he sold the presidential summer residence in Punta del
Este, the main
tourist resort of
the country, to the State Bank.
The operation netted the government $ 2.7 million, and made it possible to transform the place into a cultural space. During the United Nations Conference on
Sustainable Development (+ 20) held June 2012 in Rio de Janeiro, Mujica awed
the audience by saying that we come to the world to try and be happy but in today’s
society, where consumerism is the rule, we work non-stop to buy needless stuff
and forget to be happy. “Poor is not the one who has little,” Mujica explained,
“but the one who always desires more and more.”
Reading the article, I couldn’t help but think
about the American president who earns a $400,000 annual salary, along with a
$50,000 annual expense account, a $100,000 nontaxable travel account and
$19,000 for entertainment. Would he donate 90% of all of this to the small
non-profit groups? And what about presidential candidate Mitt Romney who earned
more than $42 million in 2010? Shouldn’t he be donating 90% of his earnings to those
in need as well?
According to data from the US Census Bureau from
September, 2011, the poverty rate in the US is 15.1% (46.2 million), apparently
the highest level since 1993. Surely, there are a lot of poor people who could
benefit from the president’s or the candidate for president’s money. However, most
of us prefer to think dealing with poverty is someone else’s job and don’t act personally,
like Mujica who decided to live like the majority of his countrymen do. Mujica
is not only helping the poor by selling or offering his presidential
residences, but he is also being a real leader by taking personal
responsibility and urging the rest of the world to do so, too.
Yesterday, when I was driving around
Philadelphia I saw a homeless man begging. He was white, in his mid-twenties,
and in good shape. My first reaction was to keep driving and ignore that person
who was offending my eyes, reminding me of poverty, and to justify myself by
thinking: well, if I give him something he will only use the money to buy drugs.
Then, I was reminded of a friend of my daughter who suffered a mental crisis
and spent months on the street. How many times had he survived and bought food
with the money perfect strangers gave to him? I opened my window and gave $1 to
this homeless guy, realizing what he did with the money was for him to decide,
not for me, and that I was responsible only for my own actions.
Some years ago, I would consider myself
politically correct and wouldn’t give money to beggars, thinking that they were
the government’s responsibility. Nowadays I prefer to think that a small act of
kindness can go a long way. Even if it is only by giving one dollar to a
homeless person.
Photo: Sciway |
APENAS
UM DÓLAR
Há
algumas semanas, minha tia me enviou um artigo sobre José "Pepe"
Mujica, o presidente uruguaio, considerado o mais pobre presidente do mundo.
Mujica recebe um salário mensal de US $12.500, mas doa 90% dele e vive com
apenas US $1.250. O resto do seu dinheiro é distribuído entre pequenas
organizações sem fins lucrativos. O patrimônio do presidente consiste de um
pequeno sítio localizado cerca de 20 quilômetros de Montevidéu e um Fusca de
1987. Recentemente, ele ofereceu a residência oficial presidencial para abrigar
pessoas sem casa durante o inverno. Em julho de 2011, vendeu a residência de
verão presidencial em Punta del Este, o principal balneário turístico do país,
para um banco estatal. A operação rendeu ao governo US $2,7 milhões, e tornou
possível transformar o local em um espaço cultural. Durante a Conferência das
Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (+ 20) realizada em junho de
2012 no Rio de Janeiro, Mujica impressionou o público dizendo que viemos ao
mundo para tentar ser felizes, mas que na sociedade de hoje, onde o consumismo
se tornou a regra, trabalhamos sem parar para comprar coisas desnecessárias e
esquecemos de ser felizes. "Pobre não é aquele que tem pouco",
explicou Mujica, "mas aquele que sempre deseja mais e mais."
Lendo
o artigo, não pude deixar de pensar sobre o presidente norte-americano que
ganha um salário anual de US $400.000, além de uma ajuda para despesas de US $50.000
anuais, uma ajuda para viagens de US $100.000 não tributáveis e US $19.000
para lazer. Será que ele doaria 90% do que recebe para pequenas organizações sem fim lucrativo? E
quanto ao candidato presidencial Mitt Romney, que ganhou mais de US $42 milhões
em 2010? Por acaso doaria 90% dos seus rendimentos para os pobres?
De acordo com dados do Censo dos EUA de setembro de 2011, a taxa de pobreza nos EUA é de 15,1% (46,2 milhões), aparentemente o nível mais alto desde 1993. Com certeza, há um grande número de pessoas pobres que poderiam se beneficiar da ajuda do presidente ou do candidato a presidente. No entanto, a maioria de nós prefere pensar que lidar com a pobreza é trabalho de outra pessoa e não nosso. Mujica decidiu viver como a maioria de seus compatriotas vivem. Ele não apenas ajuda os pobres no seu papel de presidente, vendendo ou disponibilizando residências presidenciais, mas está assumindo uma responsabilidade pessoal e convidando o resto do mundo a fazê-lo também.
Ontem, quando eu estava dirigindo na Filadelfia, vi um moço pedindo esmola. Ele era branco, tinha uns vinte e poucos anos, e parecia saudável. Minha primeira reação foi de continuar dirigindo e ignorar aquela pessoa que ofendia meus olhos, lembrando-me da pobreza, e me justificar pensando: bem, se eu lhe der uma esmola, ele só vai usar o dinheiro para comprar drogas. Então, lembrei-me de um amigo da minha filha que teve uma crise mental e passou meses vagando pelas ruas. Quantas vezes teria sobrevivido e comprado comida com o dinheiro que um perfeito estranho lhe dera? Abri minha janela e dei US $1 para o sem-teto, concluindo que o que ele faria com o dinheiro era sua responsabilidade e não minha, e que eu era responsável apenas por minhas próprias ações.
Há alguns anos, eu me considerava politicamente correta e não daria esmola a mendigos, pensando que eram responsabilidade do governo. Hoje em dia prefiro pensar que um pequeno ato de bondade pode ter um grande impacto. Mesmo que seja apenas dando um dólar para um sem-teto.
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