Walking in the park I realize
that the autumn is slowly pushing the last remnants of summer
away and asking permission to take its place. The vibrant green that until last
month greeted visitors is now replaced by a tea green, pale and discreet,
spotted with brown, yellow and red. When the wind blows, it sings in a crisp
tone, made by leaves getting dry. Unhurriedly, the leaves let go
of the trees and fall to the ground, swirling graciously as if performing a
ritualistic dance.
I wish I were in the park by
myself and could concentrate on the beauty around me. But I am never by myself.
My thoughts follow me everywhere: in my mind, I make lists, fight with people,
resolve problems, have interesting discussions with friends, write emails, and worry
about my bank account statements. My emotions are also constant
companions: I feel happy, sad, angry, restless, nervous, content… I wonder how
it would be if I could be totally by myself for just a few minutes, without any
thoughts, any emotions. What would be left? Would I still be me? What would be
the essence of me?
A little ahead, some young men
play Frisbee golf, throwing their discs at metal baskets among the trees.
They walk from target to target talking with their friends, unaware that the
solitary woman who passes by with a camera in her hands has so many
companions as well. A man runs on the trail, pushing a stroller holding a sleeping
baby. A dog with his tongue sticking out of his mouth is attached to the stroller. In
the forest, deer walk soundless, squirrels look here and there for nuts, rabbits move from bush
to bush in a constant search for better nutrients.
I sit on a bench, trying to calm my
mind and concentrate on my breath. Little by little, I realize that the world
outside and inside me is as it is supposed to be. Everything is moving to its
own rhythm. Life proceeds as normal, with its constant changes, lights
and shadows.All is well, I tell
myself. All is well.
NATUREZA, CORES E RITMOS
Caminhando pelo parque percebo que o outono está lentamente afastando
os últimos resquícios do verão e
pedindo permissão para tomar seu
lugar. O verde vibrante, que
até o mês passado saudava os visitantes, começa a ser substituído por um verde apagado, pálido
e discreto, manchado por marrom, amarelo e vermelho. Quando o vento sopra, ele canta num tom
sussurrante, produzido pelas folhas
quase secas. Sem
pressa, elas se soltam das árvores e caem no chão, girando graciosamente como se participassem de uma dança ritualística.
Gostaria de estar no parque sozinha e me concentrar na beleza ao meu redor. Mas nunca estou sozinha. Meus pensamentos me seguem por toda parte: na minha mente, preparo listas, brigo com pessoas, resolvo problemas, tenho conversas interessantes com minhas amigas, escrevo e-mails, e me preocupo com meus extratos bancários. Minhas emoções são também minhas companheiras constantes: sinto-me feliz, triste, irritada, ansiosa, nervosa, contente... Eu me pergunto como seria se estivesse totalmente sozinha por poucos minutos, sem qualquer pensamento, quaisquer emoções. O que restaria? Ainda seria eu mesma? Qual seria a minha verdadeira essência?
Um pouco à frente, alguns jovens jogam frisbee golfe, arremessando discos nas cestas de metal colocadas entre as árvores. Vão de alvo em alvo conversando com seus amigos, sem se dar conta de que a mulher solitária que passa por perto, com uma máquina fotográfica nas mãos, tem tantos companheiros quanto eles. Um homem corre na trilha, segurando um carrinho com um bebê dormindo, no qual um cão com a língua de fora está amarrado. Na floresta, veados andam sem fazer barulho, esquilos procuram nozes de um lado para o outro, coelhos pulam de arbusto em arbusto em uma busca constante de nutrientes melhores.
Sento-me num banco, tentando acalmar minha mente e me concentrar na minha respiração. Aos poucos, percebo que o mundo lá fora e dentro de mim está como devia estar. Tudo se move no seu próprio ritmo. A vida prossegue normalmente, com suas mudanças constantes, luzes e sombras. Tudo está bem, digo a mim mesma. Tudo está bem.
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