Last night, I watched the movie Mulholland Dr., from director David Lynch. I got it because the director also made that fantastic movie Blue Velvet, with Isabella Rossellini, and because the reviews used words such as “Cerebral, Steamy, Mind-bending, and Suspenseful”. From the very beginning, I realized the movie didn’t make any sense at all. I kept watching it, in the hopes that it would improve and, when the movie ended, I still did not understand what the real name of the main character was, what happened to the bad guys who were pursuing the good guys, how the concierge of the apartment building turned out to be the movie director’s mother, and how the main character, who enjoyed men, ended up lesbian. But, my main question at the end was: what made me keep watching the movie when it was so obviously a bad one? Was the movie dumb, or was I ?
Imagine if the world had indeed come to an end this past Saturday, like that evangelist in the US was saying, and I had been suddenly been transported to Heaven. Two hours of my precious life would have been wasted doing something totally useless. And that would not have been the only time I watched something I did not find particularly entertaining. I don’t like to watch TV because it seems to have the same effect on me: I turn it on and find myself an hour later still watching whatever is showing, even if it is the stupidest thing possible. It is as if once the switch is on, I can’t think anymore. I operate in automatic mode.
If we were to think about what we do at all the minutes of our lives, our minds would short circuit with too much information and so many decisions to make. However, I think there are there are things we could decide that would make our lives more satisfying, but we find it easier to ignore or to let someone else to make these decisions for us. The movie is playing. Let’s watch it regardless of quality. The food in the restaurant is not so good. Let’s eat it because it is already on the table. The boyfriend is really annoying. Let’s stick with him because it is better than being alone… The job is not the one that we dreamed about, but we’ll keep it and wait for our retirement… Because of our fear of making decisions, or just out of laziness, we accept things that we shouldn’t and follow a path that doesn’t bring us to contentment.
Decisions are scary because they don’t come with a warranty. I can’t be sure that if I dump the boyfriend, I will find a better one, or if I quit my job I will find another that I really enjoy. However, if we continue to live on automatic mode and don’t change anything, we will never find out the outcome of a decision that we could have made. Life can become very boring if we never take any risks.
VIVENDO NO PILOTO AUTOMÁTICO
Na noite passada, assisti ao filme “Cidade dos Sonhos” do diretor David Lynch. Peguei esse filme para ver, porque o diretor tinha dirigido aquele filme fantástico “Veludo Azul”, com Isabella Rossellini, e porque o filme havia sido descrito como "cerebral, quente, fascinante e cheio de suspense". Desde o início, percebi que o filme não tinha a menor coerência. Mas continuei assistindo, na esperança de que iria melhorar. Bem, o filme acabou sem que eu entendesse qual era o nome de verdade da personagem principal, o que tinha acontecido com os bandidos que estavam perseguindo os mocinhos, como a porteira do prédio podia ser ao mesmo tempo mãe do diretor do filme, e como a personagem principal, que gostava de homens, de repente virou lésbica. Mas minha pergunta principal no final foi a seguinte: o que me fez continuar assistindo a um filme que era tão ruim? Quem era idiota: o filme ou eu?
Imagine se o mundo tivesse realmente acabado no sábado, como aquele evangelista americano estava pregando, e eu tivesse morrido. Duas horas da minha preciosa vida teriam sido gastas fazendo algo totalmente inútil. E essa não teria sido a única vez que perdi tempo vendo algo que não acho particularmente divertido. Eu não gosto de assistir TV porque a TV parece ter esse efeito sobre mim: eu a ligo e, uma hora mais tarde, reparo que continuo assistindo seja lá o que estiver passando, mesmo que seja a coisa mais boba do mundo. É como se uma vez que eu ligasse o aparelho, não conseguisse mais pensar. Começo a operar no piloto automático.
Se fôssemos pensar em tudo que fazemos em todos os momentos de nossas vidas, nossas mentes iriam ter um curto-circuito devido ao excesso de informação e de decisões para tomar. No entanto, há decisões que se tomássemos nos deixaria mais satisfeitas com nossas vidas, mas achamos mais fácil ignorá-las ou deixar que alguém tome a decisão por nós. O filme está passando. Vamos vê-lo independentemente da qualidade. A comida no restaurante não é tão boa. Vamos comê-la porque já está na mesa. O namorado é realmente irritante. Vamos ficar com ele porque é melhor do que estar sozinha ... O trabalho está longe de ser o que sonhamos. Vamos mantê-lo e esperar pela aposentadoria ... Por medo de tomar uma decisão, ou apenas por preguiça, aceitamos coisas que não devemos e seguimos um caminho que não nos traz felicidade.
As decisões são assustadores porque não vêm com garantia. Como terei certeza de que se eu terminar com o namorado vou arrumar outro melhor? Se pedir demissão do meu emprego vou mesmo encontrar algo que realmente gosto? Se continuamos a viver em piloto automático e não mudamos nada, nunca iremos saber o resultado de uma decisão que poderíamos ter tomado. A vida pode ficar muito chata se nunca temos coragem para correr riscos.
Na noite passada, assisti ao filme “Cidade dos Sonhos” do diretor David Lynch. Peguei esse filme para ver, porque o diretor tinha dirigido aquele filme fantástico “Veludo Azul”, com Isabella Rossellini, e porque o filme havia sido descrito como "cerebral, quente, fascinante e cheio de suspense". Desde o início, percebi que o filme não tinha a menor coerência. Mas continuei assistindo, na esperança de que iria melhorar. Bem, o filme acabou sem que eu entendesse qual era o nome de verdade da personagem principal, o que tinha acontecido com os bandidos que estavam perseguindo os mocinhos, como a porteira do prédio podia ser ao mesmo tempo mãe do diretor do filme, e como a personagem principal, que gostava de homens, de repente virou lésbica. Mas minha pergunta principal no final foi a seguinte: o que me fez continuar assistindo a um filme que era tão ruim? Quem era idiota: o filme ou eu?
Imagine se o mundo tivesse realmente acabado no sábado, como aquele evangelista americano estava pregando, e eu tivesse morrido. Duas horas da minha preciosa vida teriam sido gastas fazendo algo totalmente inútil. E essa não teria sido a única vez que perdi tempo vendo algo que não acho particularmente divertido. Eu não gosto de assistir TV porque a TV parece ter esse efeito sobre mim: eu a ligo e, uma hora mais tarde, reparo que continuo assistindo seja lá o que estiver passando, mesmo que seja a coisa mais boba do mundo. É como se uma vez que eu ligasse o aparelho, não conseguisse mais pensar. Começo a operar no piloto automático.
Se fôssemos pensar em tudo que fazemos em todos os momentos de nossas vidas, nossas mentes iriam ter um curto-circuito devido ao excesso de informação e de decisões para tomar. No entanto, há decisões que se tomássemos nos deixaria mais satisfeitas com nossas vidas, mas achamos mais fácil ignorá-las ou deixar que alguém tome a decisão por nós. O filme está passando. Vamos vê-lo independentemente da qualidade. A comida no restaurante não é tão boa. Vamos comê-la porque já está na mesa. O namorado é realmente irritante. Vamos ficar com ele porque é melhor do que estar sozinha ... O trabalho está longe de ser o que sonhamos. Vamos mantê-lo e esperar pela aposentadoria ... Por medo de tomar uma decisão, ou apenas por preguiça, aceitamos coisas que não devemos e seguimos um caminho que não nos traz felicidade.
As decisões são assustadores porque não vêm com garantia. Como terei certeza de que se eu terminar com o namorado vou arrumar outro melhor? Se pedir demissão do meu emprego vou mesmo encontrar algo que realmente gosto? Se continuamos a viver em piloto automático e não mudamos nada, nunca iremos saber o resultado de uma decisão que poderíamos ter tomado. A vida pode ficar muito chata se nunca temos coragem para correr riscos.
Photo: Universal Studios
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