Monday, November 15, 2010
A few days of endless talking (Alguns dias de conversas intermináveis)
I read on the Internet that it is cloudy in Rio de Janeiro. I wish the sun was shining but, to be honest, I don’t care that much. I am so glad that I am going to be in Rio this Saturday, that the weather is the last thing on my mind. Gone is the depression that had suffocated me for the last 10 days convincing me that I would never ever be happy again. Just to think that I will soon be in Brazil is enough to make me smile.
There are so many things that I am looking forward to experiencing there. Big things, like hugging everyone in my family and spending hours gossiping with them, and small things, like eating a “true” mango that tastes in fact like a mango and not like plastic like the one I just ate in a restaurant in the US this past Saturday. I can’t wait to show my country to my American husband and try to see it for the first time with foreign eyes. What is he going to think about Brazil?
I do hope he likes the people. Not only my family, but the Brazilian people in general. When I go to Brazil, what I like the most is being among my countrymen, speaking my native language and just noticing how different they are from Americans.
Last week, in the Spiritist Center, there was a discussion about the lack of “sense of community” in the US. The Colombian man leading the discussion was remarking about how he knows the nationality of his neighbors because of the way their food smells. He doesn’t speak with any of them. I also very seldom talk with my neighbors. I know that the lady who lives in the house in front of mine got a dog, but I don’t know her name, what she does, or anything else about her. I know that the one who lives behind my house works with finances, but I also don’t know her name. My best friends are Russian and Brazilian and I have very few Americans whom I consider friends. That is not because I am very shy and reserved, which I am. My Russian friend, who is very outgoing, has only Russian friends aside from me. She threw a party for her American husband for his birthday but did not have any friends of his to invite: only his family and her friends were there. As for my husband, I have known him for 3 years and so far have not met any of his friends just his co-workers.
The sense of community is much stronger in Brazil and other Latin American countries. People talk to each other in the grocery store, in the hairdressers; acquintances become friends very easily; colleagues go out together and are invited to birthday parties. In the US, people tend to stay by themselves in their own homes, or socialize only with family. For someone like me who grew up with 4 sisters in a house always full of visitors, it gets to be very lonely. The depression finds a fertile ground when it encounters solitude. It is much harder to feel depressed surrounded by friends than in a house by yourself, especially when the weather is cold and it gets dark early.
I am looking forward to the friendly chatting that I will find in Brazil, even when coming from strangers with whom I will never talk again. It doesn’t matter if they will become my best friends or not. The important thing is that I won’t feel like a robot, living a life in which I relate only to a computer and very rarely I am greeted by a friendly smile.
ALGUNS DIAS DE CONVERSAS INTERMINÁVEIS
Li na internete que está nublado no Rio de Janeiro. Preferia que o sol estivesse brilhando mas, para ser honesta, não me importo muito. Estou tão feliz porque chegarei ao Rio neste sábado, que o tempo é a última coisa que me preocupa. A depressão que tinha me sufocado nos últimos 10 dias e me convencido de que eu nunca seria feliz novamente foi embora. Só de pensar que em breve estarei no Brasil já é suficiente para me fazer sorrir.
Há tantas coisas que estou ansiosa para fazer lá. Coisas importantes, como abraçar minha família e passar horas fofocando com todos, e coisas pequenas, como comer uma manga "de verdade" com sabor de manga e não com sabor de plástico como a que comi sábado passado aqui nos EUA. Estou louca para mostrar o meu país ao meu marido americano e tentar vê-lo pela primeira vez sob o olhar estrangeiro. O que será que ele vai pensar do Brasil?
Espero que goste do povo. Não só da minha família, mas do povo brasileiro em geral. Quando vou ao Brasil, o que me dá mais prazer é estar entre os meus compatriotas, falar a minha língua pátria e observar como os brasileiros são diferentes dos americanos.
Na semana passada, no Centro Espírita, houve uma discussão sobre a falta de "senso de comunidade" aqui nos EUA. O senhor colombiano que estava organizando a discussão comentou sobre como ele sabe qual é a nacionalidade dos seus vizinhos por causa do cheiro das comidas que eles cozinham. Ele não conversa com nenhum deles. Eu também falo muito raramente com meus vizinhos. Sei que a senhora que mora na casa em frente à minha tem um cachorro, mas não sei o nome dela, o que ela faz, ou qualquer outra coisa a seu respeito. Sei que a senhora que mora na casa atrás da minha trabalha com finanças, mas também não sei o nome dela. Minhas melhores amigas são uma russa e uma brasileiras e só considero amigos uns poucos americanos. Isso não é porque sou muito tímida e reservada, o que realmente sou. Minha amiga russa, que é muito extrovertida, só tem amigos russos além de mim. Ela fez uma festa de aniversário para seu marido americano, mas ele não tinha nenhum amigo para convidar: só foram a família dele e os amigos dela. Quanto ao meu marido, estamos juntos há três anos e até agora não conheci nenhum dos seus amigos; vi apenas seus colegas de trabalho.
A ideia de comunidade é muito mais forte no Brasil e em outros países latino-americanos. As pessoas falam umas com as outras no supermercado, no cabeleireiro; conhecidos tornam-se amigos facilmente; colegas de trabalho saem juntos e são convidados para festas de aniversário. Nos EUA, as pessoas tendem a permanecer sozinhas em casa, ou conviver apenas com a família. Para alguém como eu, que cresci com 4 irmãs em uma casa sempre cheia de visitas, tudo parece muito solitário. A depressão encontra terreno fértil quando se depara com a solidão. É muito mais difícil se sentir deprimido rodeado de amigos do que numa casa sozinho, especialmente quando o tempo está frio e fica escuro tão cedo.
Estou contando os dias para os bate-papo amistosos que na certa encontrarei no Brasil, mesmo entre estranhos com quem nunca me encontrarei novamente. Não importa se essas pessoas se tornarão meus melhores amigos ou não. O importante é que não me sentirei como um robô, vivendo uma vida na qual me relaciono apenas com um computador e raramente sou recebida por um sorriso amigo.
Photo: Bernadete Piassa
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