Wednesday, November 3, 2010
Elections Brazilian and American style (Eleições no estilo brasileiro e americano)
This was a very important week for both the US and Brazil. On Sunday, Brazil held the 2nd round in the general elections for the entire government. Tuesday was the general election in the US covering all levels of the government but the presidency. The outcome of both elections could not have been more different: in Brazil, the presidential candidate supported by President Luiz Inácio da Silva (Lula) was elected; in the US, President Obama’s party lost control of the House of Representatives. In Brazil the liberals stayed in power; in the US the conservatives seized more power.
I always find it very strange when I go to vote in the US. When I vote, I become more conscious than ever that I am an American citizen and I have expectations and responsibilities towards my adoptive country. I built a life here. The results of an election impact me directly. I take my right to vote very seriously. But the way elections are held in the US still puzzles me because they are so different from the elections in Brazil.
For example, yesterday when I went to vote, the poll workers never asked me for any form of identification. I gave my name and was handed a form to sign. Nobody compared my signature against anything else and I left the polling place with the impression that anyone could have gone there and voted in my place. In Brazil, one would have to show a document with a picture and the signature of the person to prove that she was the one voting.
Another difference was in the type of voting booth and the speed with which the results of the elections were released. In the US, two days after the elections there are still questions in some states about who the winners were. This is because in some states, like Alaska, there was a write-in candidate – a candidate whose name does not appear on the ballot but for whom voters may vote by writing in the person's name - and these votes need to be counted by hand. In other states, the elections were not decided yet because one of the parties asked for the votes to be recounted, which could take weeks and involve a lot of legal challenges. Since not all voting booths are electronic, there is always the possibility of a mistake. In Brazil, voting was done by computer and less than 2 hours after the polling places were closed the results were already tabulated with no possibility of mistakes.
But the biggest difference between elections in the US and in Brazil was the reaction of the electorate towards the economic situation. In the US, the Democratic Party lost control of the House of the Representative mainly because the voters were dissatisfied with President Obama’s handling of the economy. With an unemployment rate of 9.5% and the middle class shrinking, the people feel bitter and frustrated. In Brazil, the Workers' Party was able to remain in power because the economy is flourishing: since Lula, the current president of Brazil, was elected, the middle class increased from 42% to 52% while the lower class decreased from 46% to 33% (statistics from FGV - Fundação Getúlio Vargas.)
Two countries, two ways of voting, two opposite outcomes. Today, it seems to me that one country is moving forward while the other is moving dangerously backwards. Hmm… I wonder which is which…
ELEIÇÕES NO ESTILO BRASILEIRO E AMERICANO
Esta foi uma semana muito importante tanto para os EUA quanto para o Brasil. No domingo foi realizado o segundo turno das eleições gerais no Brasil. Na terça-feira foi realizada a eleição geral dos EUA abrangendo todos os níveis do governo com exceção da presidência. O resultado de ambas as eleições não poderia ser mais diferentes: no Brasil, a candidata presidencial apoiada pelo presidente Lula foi eleita; nos EUA, o partido do presidente Barack Obama deixou de ser maioria na Câmara dos Deputados. No Brasil, os liberais continuaram no poder; nos EUA, os conservadores aumentaram seu poder.
Sempre tenho uma sensação estranha quando vou votar aqui nos EUA. Quando voto, me conscientizo mais do que nunca que sou uma cidadã americana e tenho expectativas e responsabilidades para com meu país adotivo. Construí uma vida aqui. Os resultados das eleições me afetam diretamente. Para mim, a votação é uma coisa muito séria. Mas a maneira como as eleições são realizadas nos EUA ainda me intriga por ser tão diferente do Brasil.
Por exemplo, ontem, quando fui votar, os mesários não me pediram qualquer documento. Dei meu nome e recebi um formulário para assinar. Ninguém comparou minha assinatura com outro documento e saí da seção eleitoral com a impressão de que qualquer pessoa poderia ter votado no meu lugar. No Brasil, eu teria que mostrar um documento com foto e assinatura para provar que era eu mesma.
O tipo de cabine de votação e a velocidade com que os resultados das eleições foram divulgados também variaram muito de país para país. Nos EUA, dois dias após as eleições ainda há dúvidas em alguns estados sobre quem foram os vencedores. Isto porque em alguns estados, como o Alasca, havia um candidato extra - um candidato cujo nome não aparecia na cédula de votação, mas para o qual os eleitores podiam votar escrevendo o nome dessa pessoa - e esses votos precisam ser contados à mão. Em outros estados, as eleições não foram decididas ainda porque um dos partidos exigiu que os votos sejam contados novamente, o que pode levar semanas e envolve uma série de desafios legais. Como nem todas as urnas são eletrônicas, há sempre a possibilidade de erro. No Brasil, já que a votação foi feita por computadores, menos de 2 horas depois que as eleições se encerraram os resultados já tinham sido computados, sem possibilidade de erros.
Mas a maior diferença entre as eleições dos EUA e do Brasil foi a reação do eleitorado em relação à situação econômica. Nos EUA, o Partido Democrata perdeu o controle da Câmara dos Deputados principalmente porque os eleitores estão insatisfeitos com a maneira de o presidente Barack Obama lidar com a economia do país. Com uma taxa de desemprego de 9,5% e a classe média diminuindo, as pessoas sentem-se magoadas e frustradas. No Brasil, o Partido dos Trabalhadores conseguiu permanecer no poder porque a economia está florescendo: desde que Lula foi eleito, a classe média aumentou de 42% para 52% da população, enquanto a classe baixa diminuiu de 46% para 33% segundo a Fundação Getúlio Vargas.
Dois países, duas formas de votação, dois resultados opostos. Hoje, tenho a impressão de que um país está indo para frente enquanto o outro caminha perigosamente para trás. Hmm ... Qual estará indo para qual lugar?
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