Tuesday, May 18, 2010
Brazilian vs. American birthdays
There are seconds that seem to last longer than centuries. Twenty five years ago, as I lay exhausted in bed at a hospital in Sao Paulo, after delivering my baby daughter, my ex-husband came to me and said: “Dete, everything is fine but…” In the seconds that he took to explain that she was underweight and would need to be kept in an incubator for a while, my heart almost stopped. I imagined the most horrible things… Those few seconds stretched into forever.
But after those few interminably long seconds, time passed by so fast….Today my daughter is a healthy young woman. Since yesterday was her birthday, I am yanked down memory lane, thinking about her many birthdays celebrated either here, in the US, or in France, where we lived for awhile. My daughter left Brazil when she was just 3 months old and never had a typical Brazilian birthday party. She grew up used to inviting a small number of friends for her birthday celebrations. Her relatives were never there for the occasion of her birthday. My ex-husband and I were usually the only adults present.
If she were to celebrate her birthday in Brazil, the party would have been totally different. I remember the birthday party for my oldest daughter when she turned two. We lived in Brazil, in the outskirts of Sao Paulo. Even though it was winter, the party was in the garden. Adults and children were invited and there were a lot of relatives. In the middle of the place where the celebration was, we set a big table totally covered with small sweets: brigadeiros, olho de sogra, beijinhos, cajuzinhos – all typical Brazilian sweets for birthday parties. There were also hot dogs, with a ground beef sauce, and other typical Brazilian foods. For drink, there was warm wine for the grownups, and sodas for the children. The people who were at the party were our friends – not only my daughter’s, but also friends of my ex-husband and I. We didn’t print any invitations. The guests were told that the party would start at a certain time, but nobody was expected to leave at a specific hour. The party was over when the last guest decided to leave.
When we first moved to the US, I was surprised to see that the kids expected that games would be organized for them during their birthday parties. Growing up, whenever I went to a birthday party the children would be running wild, playing with balls and throwing things at each other (sometimes even the sweets!)… We didn’t have a clown to entertain us, a pony to give us rides, or a videogame that we could play with. But the parties were so much fun. Why do the children nowadays need someone else to entertain them?
I have many questions about birthday parties. Are they more fun in Brazil or in the US? Were they better when I was growing up or now? One thing I know for sure: the best thing to do on a birthday is to celebrate it with a few friends who like you, no matter what. For her 25th birthday, five of my daughter’s friends went to her house unexpectedly. They brought beer, cupcacakes, and one mango. I guess they knew that my daughter would not settle for anything common place: she is a unique person.
ANIVERSÁRIOS BRASILEIROS E AMERICANOS
Alguns segundos parecem que duram séculos. Vinte e cinco anos atrás, em um hospital de São Paulo, eu estava deitada na cama, exausta depois do nascimento da minha filha, quando meu ex-marido chegou e disse: "Dete, está tudo bem, mas..." Naquele segundo que ele levou para me explicar que o bebê pesava pouco e precisaria passar um tempo na incubadora, meu coração quase parou. Imaginei os cenários mais horríveis... Aqueles segundos foram os mais compridos da minha vida.
Mas depois daqueles segundos incomensuráveis, o tempo passou tão rápido... Minha filha hoje é uma mulher saudável. Já que ontem era seu aniversário, fiquei pensando em todos os aniversários que ela tinha celebrado aqui, nos EUA, e na França, onde moramos algum tempo. Minha filha saiu do Brasil com três meses de idade e nunca teve uma festa tipicamente brasileira. Cresceu acostumada a fazer uma lista de amigas para convidar para seu aniversário, e escolher um local onde iria celebrá-lo. Nenhum parente jamais veio para sua festa. Meu ex-marido e eu éramos normalmente os únicos adultos presentes.
Se estivesse comemorando seu aniversário no Brasil, a festa teria sido totalmente diferente. Lembro-me do segundo aniversário da minha filha mais velha. Naquela época, a gente morava no Brasil, na periferia de São Paulo. Embora estivéssemos no inverno, a festa foi no jardim. Adultos e crianças foram convidados. Havia um monte de parentes. No meio do balcão onde seria a festa, colocamos uma mesa grande, totalmente coberta com docinhos: brigadeiros, olhos de sogra, beijinhos, cajuzinhos - todos os doces brasileiros típicos de festas de aniversário. Havia também cachorros-quentes, com um molho de carne moída, e outras comidas típicas brasileiras. Para beber, havia vinho quente para os adultos, e refrigerantes para as crianças. As pessoas que vieram à festa eram nossos amigos - amigos não só da minha filha, mas do meu ex-marido e meus amigos também. Não mandamos convites. Os convidados foram informados de que a festa iria começar a um determinado momento, mas ninguém tinha de ir embora a uma hora específica. A festa acabou quando o último convidado decidiu ir embora.
Quando mudei para os EUA, fiquei surpresa quando vi que as crianças esperavam que alguém organizasse brincadeiras para suas festas de aniversários. Quando eu era criança, nas festas de aniversário a gente corria de um lado para o outro, jogava bola, jogava coisas nas outras crianças (às vezes até mesmo os doces!) ... Não tínhamos um palhaço para nos divertir, um pônei para nos puxar de um lado para o outro, ou videogames para a gente jogar. Mas as festas eram tão divertidas. Por que hoje em dia as crianças precisam de alguém para diverti-las?
Festas de aniversário me fazem pensar muito. Será que elas são mais divertidas no Brasil ou nos EUA? Será que eram melhores na minha infância ou agora? Uma coisa sei com certeza: não tem nada melhor do que um aniversário comemorado com alguns amigos que gostam de você, não importa o quê. No seu aniversário de 25 anos, cinco amigas da minha filha apareceram na casa dela inesperadamente. Levaram cerveja, cupcacakes, e uma manga. Acho que sabiam que minha filha não ficaria contente com alguma coisa comum: ela é uma pessoa muito diferente.
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Saudades daquela sua casa na Granja Viana, em São Paulo. Eu e minha irmã nos divertíamos muito lá, brincando no jardim, escorrecando no barranco de terra, correndo atrás da Petra, sua pastora alemã. Bons tempos.
ReplyDeleteBjs