Tuesday, March 30, 2010
Our Glorious Moments (Nossos momentos de glória)
At 4:00 am on a Tuesday, I sit here thinking about what I am going to post in my blog. Somehow, the ideas that I had yesterday don’t seem interesting anymore. Ideas are like that: if we don’t catch them at the right moment, they lose their color and fly away never coming back.
Suddenly, I start thinking about an email exchange that I had with my girlfriend last week. She complained about life, I said I couldn’t help her because I was feeling even more miserable, but I was ready to listen anyway. After all, we are women and we know that we complain only for the sake of complaining, not because we are hoping that the other person will find a solution to our problems. The act of complaining is part of the intellectual process of a woman, even though it can be sometimes painful and incomprehensible for a man.
While we discussed our problems, I ended up voicing my frustrations of the day and stating that it wasn’t easy to get to be my age and face a present and a future without glories. My girlfriend asked what glories I dreamed with. All of a sudden, I wasn’t so sure of the answer…
I know that I always dreamed of having a book published. However, when I think about this, I ask myself what matters. Is it the idea of making money selling a book, of being famous because I wrote a book, of sharing my stories with many people, or is it the pleasure of writing that is more meaningful? Would I be happy with a self-published book that sold about 50 copies? What would I, exactly, consider a glorious moment?
We accord too much importance to what people think about us. A woman might do a million wonderful things in her daily life; she can be a fantastic mother, a compassionate human being, a good professional but, if she doesn’t attain fame or money, her accomplishments are not considered significant, she becomes just one more in the crowd. So, we all pursue the dream of becoming a “someone.” The ironic part is that there are many people who become famous and are always depressed, living a miserable existence that the “nobodies” in the world would not envy.
What would happen if we knew that there would be no glorious moments; that we would continue to be forever as we are now? Would we stop and realize that, in fact, we have a very satisfying life and that we should be proud of ourselves? When the curtain closes and the famous actress needs to face herself, she is as lonely and fragile as the people in her audience. While we fear never getting to the top, she might fear falling down from her pedestal. In the end, we are all human beings. Success and glory don’t change this fact. We should look for love, applause and encouragement from inside ourselves, not from an elusive audience that might not approve of who we really are.
NOSSOS MOMENTOS DE GLÓRIA
Às 4 da manhã de uma terça-feira, eu me sento aqui pensando no que vou postar no meu blog. De alguma forma, as ideias que tive ontem não parecem mais interessantes. Ideias são assim: se não as pegamos no momento certo, elas perdem suas cores e voam para longe, para nunca mais voltar.
De repente, começo a pensar sobre uma troca de e-mails que tive com a minha amiga na semana passada. Ela começou queixando-se da vida, eu disse que não podia ajudá-la porque estava me sentindo ainda mais miserável, mas poderia ouvi-la de qualquer maneira. Afinal, somos mulheres e sabemos que só reclamamos para desabafar, não esperamos que a outra pessoa encontre uma solução para nossos problemas. O ato de reclamar é parte do processo intelectual feminino, mesmo que às vezes possa ser doloroso e incompreensível para um homem.
Enquanto discutimos nossos problemas, acabei expressando minhas frustrações do dia e dizendo que não era fácil chegar à minha idade e encarar um presente e um futuro sem glórias. Minha amiga perguntou com que glórias eu sonhava. De repente, fiquei sem saber o que responder ...
Sempre sonhei em ter um livro publicado. No entanto, quando penso sobre isso, me pergunto o que realmente importa. É a idéia de ganhar dinheiro vendendo um livro, de ser famosa porque escrevi um livro, de compartilhar minhas histórias com muitas pessoas, ou é o prazer da escrita que me importa mais? Será que ficaria satisfeita com um livro auto-publicado que vendesse apenas 50 exemplares? O que eu consideraria, exatamente, um momento glorioso?
Atribuímos muita importância ao que as outras pessoas pensam sobre nós. Uma mulher pode fazer um milhão de coisas maravilhosas em sua vida cotidiana; pode ser uma mãe fantástica, um ser humano cheio de compaixão, uma boa profissional, mas, se ela não tiver fama ou dinheiro, suas realizações não são consideradas significantes. Ela se torna apenas mais uma na multidão. Todos nós perseguimos o sonho de ser "alguém". O irônico é que existem muitas pessoas que se tornam famosas e estão sempre deprimidas, vivendo uma existência miserável que os “ João ninguém " do mundo jamais invejariam.
O que aconteceria se soubéssemos que não haveria momentos de glória, que continuaríamos a viver para sempre como vivemos agora? Será que perceberíamos que, na verdade, temos uma vida muito gratificante e que deveríamos nos orgulhar de nós mesmas? Quando a cortina se fecha e a famosa atriz precisa olhar apenas para si mesma, ela é tão solitária e frágil como as pessoas na plateia. Enquanto temos medo de nunca chegar ao topo, ela teme cair do seu pedestal. No fim das contas, somos todos seres humanos. Sucesso e glória não alteram esse fato. Devemos buscar amor, aplausos e incentivos dentro de nós mesmas, e não numa plateia elusiva que pode não aprovar o que realmente somos.
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
Dete, depois de ler (e reler em português) o que você escreveu a única coisa que posso dizer neste momento é que estamos condenadas a esse estado constante de angústia e autoexigência. Precisamos aprender a conviver com isso com o mínimo de sofrimento e buscar energia (física, espiritual e mental) para tocar em frente e nos aprimorarmos como ser humano. Temos que aprender a ser mais generosas conosco e com os outros.
ReplyDelete