What if every day you were to wake up not knowing who you were? What if you thought the man in bed with you, who said he was your husband, looked like a complete stranger and only scared you? What if you imagined (or not just imagined) that the past he described to you was filled with lies? Who could you trust to tell you the truth? Could you trust even yourself to discern what was real from what was not?
I just finished reading a fascinating book, “Before I go to sleep”, from the English writer S.J. Watson, in which he describes the life of a woman who, in her 20’s, loses her memory. When the book starts, she is in her 40’s but thinks of herself as being 20 years old and has no recollection of her past. Every day, she needs to look at the mirror, where her husband sticks some notes with a few facts and pictures, to make a little sense of the world. Every day, she asks him the same questions. She retains the answers while she is awake. Then she goes to sleep and forgets.
The premise of the book is very intriguing and the questions it rises very disturbing. How can one person survive in a world where she is totally fragile and dependent upon other people’s memories? From the day we are born, we start accumulating memories. Memories give us a sense of security. We can rely on the knowledge acquired in our past to make decisions about the present and the future. Without these memories, we would be like a child uncertain of how to act, what to think.
With age, many people start to forget things, forget their memories. Making decisions becomes very difficult. The world turns into a confusing and frightening place, where one finds herself without a reference, a compass to guide her hesitant steps.
Daily, we tell stories to ourselves. We remind ourselves of what we are, we make lists, we call friends who we know from our past, or we build new friendships adding new material to our memories. Our past is intertwined with our present and future. During the day, we think about what we did the day before and what we will do the next. Our memory is at work the whole time but we don’t pay attention to it. It is like our liver: we don’t think about it until it fails.
Lately, I have realized the importance of telling myself a good story, creating good memories. When I am very old, I want to look back and remember a lot of good things. Of course, I can’t erase the bad ones. But I am working hard (and believe me, it is a conscious act of work) on concentrating on the good and letting go of the bad. I am hopeful the memory of happiness will, somehow, be impregnated in my soul and won’t ever leave me.
LEMBRANÇAS E DESEJOS
E se todos os dias você acordasse sem saber quem era? E se o homem ao seu lado, na cama, dizendo que era seu marido, parecesse um completo estranho que lhe desse medo? E se você imaginasse (ou não apenas imaginasse) que o passado descrito por ele era tudo uma mentira? Em quem você poderia confiar para lhe dizer a verdade? Poderia confiar em si mesma, para discernir o real do que imaginário?
Acabei de ler um livro fascinante, "Antes de adormecer", do escritor Inglês SJ Watson, no qual ele descreve a vida de uma mulher que perde a memória quando tem uns 20 anos. Quando o livro começa, ela tem uns 40 anos mas acha que ainda está com uns 20 e não se lembra nada do passado. Todos os dias, ela precisa olhar no espelho, onde seu marido deixa notinhas com alguns fatos e fotos, para tentar entender um pouco do seu mundo. Todos os dias, ela lhe faz as mesmas perguntas. Ela retém as respostas enquanto está acordada. Então, vai dormir e esquece tudo.
Achei o tema do livro muito interessante e as ideias discutidas nele muito perturbadoras. Como alguém poderia sobreviver num mundo sentindo-se totalmente frágil e dependendo das memórias dos outros? Desde que nascemos, começamos a acumular lembranças. Memórias nos dão segurança. Podemos confiar nos conhecimentos adquiridos no passado para tomar decisões sobre o presente eo futuro. Sem as memórias, seríamos como uma criança incerta a respeito de como agir, o que pensar.
Com a idade, muitos idosos começam a esquecer coisas, perder a memória. As decisões tornam-se muito difíceis de se tomar. O mundo se transforma num lugar confuso e assustador, onde a pessoa encontra-se sem um referencial, uma bússola para guiar seus passos hesitantes.
Diariamente, contamos histórias para nós mesmas. Nós nos lembramos do que somos, fazemos listas, telefonamos para amigos que já conhecemos, ou começamos novas amizades adicionando material às nossas memórias. Nosso passado está entrelaçado com o nosso presente e futuro. Durante o dia, pensamos sobre o que fizemos no dia anterior e no que faremos no dia seguinte. Nossa memória trabalha o tempo todo, mas nós não prestamos atenção a ela. É como nosso fígado: não nos preocupamos com ele até ele falhar.
Ultimamente, tenho percebido a importância de criar uma história interessante de vida, acumular boas lembranças. Quando eu for bem velha, quero olhar para o passado e lembrar de um monte de coisas boas. Claro, não posso apagar as ruins. Mas estou fazendo um esforço (e acreditem, é um esforço consciente e difícil) de me concentrar nas coias boas e deixar as ruins de lado. Tenho esperança de que a memória da felicidade de alguma forma ser impregne na minha alma e nunca a deixe...
Acabei de ler um livro fascinante, "Antes de adormecer", do escritor Inglês SJ Watson, no qual ele descreve a vida de uma mulher que perde a memória quando tem uns 20 anos. Quando o livro começa, ela tem uns 40 anos mas acha que ainda está com uns 20 e não se lembra nada do passado. Todos os dias, ela precisa olhar no espelho, onde seu marido deixa notinhas com alguns fatos e fotos, para tentar entender um pouco do seu mundo. Todos os dias, ela lhe faz as mesmas perguntas. Ela retém as respostas enquanto está acordada. Então, vai dormir e esquece tudo.
Achei o tema do livro muito interessante e as ideias discutidas nele muito perturbadoras. Como alguém poderia sobreviver num mundo sentindo-se totalmente frágil e dependendo das memórias dos outros? Desde que nascemos, começamos a acumular lembranças. Memórias nos dão segurança. Podemos confiar nos conhecimentos adquiridos no passado para tomar decisões sobre o presente eo futuro. Sem as memórias, seríamos como uma criança incerta a respeito de como agir, o que pensar.
Com a idade, muitos idosos começam a esquecer coisas, perder a memória. As decisões tornam-se muito difíceis de se tomar. O mundo se transforma num lugar confuso e assustador, onde a pessoa encontra-se sem um referencial, uma bússola para guiar seus passos hesitantes.
Diariamente, contamos histórias para nós mesmas. Nós nos lembramos do que somos, fazemos listas, telefonamos para amigos que já conhecemos, ou começamos novas amizades adicionando material às nossas memórias. Nosso passado está entrelaçado com o nosso presente e futuro. Durante o dia, pensamos sobre o que fizemos no dia anterior e no que faremos no dia seguinte. Nossa memória trabalha o tempo todo, mas nós não prestamos atenção a ela. É como nosso fígado: não nos preocupamos com ele até ele falhar.
Ultimamente, tenho percebido a importância de criar uma história interessante de vida, acumular boas lembranças. Quando eu for bem velha, quero olhar para o passado e lembrar de um monte de coisas boas. Claro, não posso apagar as ruins. Mas estou fazendo um esforço (e acreditem, é um esforço consciente e difícil) de me concentrar nas coias boas e deixar as ruins de lado. Tenho esperança de que a memória da felicidade de alguma forma ser impregne na minha alma e nunca a deixe...
Lindo, Dete!
ReplyDeleteVocê é uma pessoa maravilhosa. Consciente.
Feliz.
O que posso desejar? Que continue nos brindando
com seus escritos.
Um abraço.
Obrigada, Marlene,
ReplyDeleteMuito gentil da sua parte.
Um abraco,
Bernadete