The Private Life of a Public Woman, Houghton Mifflin Harcourt |
I like to think of myself as a person who exercises. For many years, I did yoga, swam, walked, and tried many different forms of exercise. In the last year, I have been to the gym only once or twice. But I keep paying for membership as religiously as if I went every day. If I didn’t pay, it would be an admission that I am not exercising. And I like to think of myself as a person who exercises, especially as a person who practices yoga.
My sister sent me this appalling picture which I presumed was from an ad against anorexia, showing a woman who faces the mirror and sees herself totally different from what she really is. After looking at that, I started to ponder the reasons that lead us to create a distorted perception of ourselves and even spend money (like I do with the gym) just to maintain the fake perception.
Why is it so important to live up to the images we create of ourselves and to try to conform to the way other people perceive us? We are always terrified of what other people will think about ourselves. What if we disappoint them by doing something different from what is expected of us, even though that is exactly what we want to do?
I have a wonderful friend with whom I would like very much to be friends on Facebook©. But he is not there. I suspect that he doesn’t want people to know he is gay and see pictures of him with his male friends. He needs to hide his true identity because he is afraid of destroying his image. As a consequence, he can’t enjoy the innocent hobby of millions of people who share pictures and talk nonsense over the Internet.
Recently, I was looking at an excerpt of Jane Fonda’s biography, “The private life of a public woman”, which I intend to read because I find her a fascinating woman. In the book, she talks about her accomplishments as an actress, fitness guru, entrepreneur, philanthropist and political activist, and also about her need to please every man with whom she was romantically involved. With the film director Roger Vadim, she became a sex kitten. Married to the radical Tom Hayden, she became a political activist. Later, she was the trophy wife of the billionaire Ted Turner. This woman, who had so much to offer on her own (by the way, she was anorexic for many years), kept changing her personality like a chameleon, in a fruitless attempt to please, in fact, Henry Fonda, the famous and distant father who never paid attention to her.
Why do we need to fulfill the expectations of others and to build unrealistic expectations for ourselves? Maybe it is because the images we create are more glamorous, more sophisticated than what we really are. However, while we pretend that we are someone else, we fail to meet the person we are in our heart and who could become our best friend. Someone who doesn’t criticize, who doesn’t set high expectations, who doesn’t get disappointed on us, and who won’t fail us even when everybody else does.
A IMAGEM DE NÓS MESMAS
Gosto de pensar em mim mesma como uma pessoa que se exercita. Durante muitos anos, fiz ioga, nadei, caminhei, e tentei fazer várias formas diferentes de ginástica. No ano passado, fui à academia no máximo duas vezes mas continuei pagando- a religiosamente, como se a frequentasse todos os dias. Não pagar seria uma admissão de que não estava fazendo exercício. E eu gosto de pensar em mim mesma como uma pessoa que se exercita, especialmente como uma pessoa que pratica ioga.
Minha irmã me enviou uma foto chocante que parecia ser de uma campanha contra anorexia e mostrava uma mulher em frente ao espelho, vendo uma imagem totalmente diferente do que ela realmente era. Depois de olhar aquela foto, comecei a refletir sobre as razões que nos levam a criar uma percepção distorcida de nós mesmas e até gastar uma grana (como faço com a academia) só para manter essa falsa percepção.
Por que é tão importante viver de acordo com a imagem que criamos de nós mesmas e tentar nos adaptar à forma como outras pessoas nos vêem? Temos medo do que os outros vão pensar a nosso respeito. E se os decepcionarmos fazendo algo diferente do que é esperado de nós, mesmo que seja exatamente o que queremos fazer?
Eu tenho um amigo maravilhoso e gostaria muito de convidá-lo para ser meu amigo também no Facebook ©. Mas ele não está no Face. Acho que não quer que as pessoas saibam que ele é gay e vejam suas fotos com amigos do sexo masculino. Ele esconde sua verdadeira identidade para preservar sua imagem. Como resultado, não pode se dedicar ao passatempo inocente de milhões de pessoas que compartilham fotos e discutem besteiras na Internet.
Recentemente, eu estava dando uma olhada num trecho da biografia de Jane Fonda, "A vida privada de uma mulher pública", que pretendo ler porque a acho uma mulher fascinante. No livro, ela fala sobre seu sucesso como atriz, dona de academia, empresária, campeã de causas caridosas e ativista política, e também sobre sua necessidade de agradar a todos os homens com quem se envolveu romanticamente. Com o cineasta Roger Vadim, ela foi um objeto sexual. Casada com o radical Tom Hayden, tornou-se ativista política. Mais tarde, foi a esposa troféu do bilionário Ted Turner. Essa mulher, que tinha tanto a oferecer por si mesma (por falar nisso, ela foi anorética por muitos anos), mudava de personalidade como um camaleão numa tentativa inútil de agradar ao homem famoso e distante que nunca prestou atenção nela: seu pai Henry Fonda.
Por que precisamos cumprir as expectativas dos outros e criar expectativas irreais para nós mesmas? Talvez seja porque as imagens que inventamos são mais interessantes, mais sofisticadas do que somos na realidade. No entanto, enquanto fingimos ser outra pessoa, deixamos de lado a pessoa que somos no nosso íntimo, e que poderia se tornar nossa melhor amiga. Alguém que não critica, que não alimenta falsas expectativas, que não fica decepcionada conosco, e que não nos deixará na mão, mesmo quando todo mundo deixar.
Dete,
ReplyDeleteSigo você desde a história do bananeiro. seu Izidoro. Fui vizinha de sua mãe e amiga de suas irmãs.Quem me fez conhecer vc foi uma outra Bernadete do RS, que morou tempos atrás em Corumbá. Sempre gostei muito de Jane Fonda e do que representa. Isto é só pra dizer que gostei do artigo. Um grande abraço!