Monday, June 20, 2011

Elusive Peace (Paz ilusória)

We put the canoe in the water and start our solitary trip on the lake. The waters open themselves for us, welcoming us. There almost isn’t a need to paddle. We can relax and contemplate nature in all its beauty.
A heron flies over us and perches on a tall tree from which it stands majestically, for a minute king of this world. A quiet deer appears suddenly from the forest and bends down to enjoy a sip of water. A kayak with a young couple slides by. There are many animals on the lake.
Here, nature is undisturbed by the violence of human beings. When humans come to the lake, they come only to fish or to enjoy a trip in their kayaks and canoes. There are no shouts, cries of children, or even music coming from a radio. The only sounds are of birds singing, a fish jumping suddenly and falling back with a loud splash, a fallen log re-arranging itself in the water.
On this great expanse of water, the only things out of control are my thoughts which, as always, fly from one place to another. I am in the past, then in the future, then back to the past, worrying, regretting, judging, condemning, afraid, nervous, never in the present, and never on the lake.  For 57 years I have fought this crazy race against my mind, trying to tame it and never succeeding. I crave peace, beauty, nature, tranquility. I find torment, depression, lack of desire to go on. Go where? And for what?
The heron seems to know where to go, to have a purpose to live. It spreads its wings and flies to the other side of the lake. As for me, I know that today, in the middle of all this beauty, my heart is crying. Tomorrow, it might laugh again. And day after day I will continue like that, divided, a soul struggling to find happiness or, at least, some answers.
PAZ ILUSÓRIA

Colocamos a canoa na água e começamos nosso passeio solitário pelo lago. As águas se abrem para nos receber. Quase nem precisamos remar. Podemos relaxar e contemplar a natureza em toda sua beleza.

          Uma garça sobrevoa-nos e empoleira-se numa árvore alta, sobre a qual fica parada majestosamente, por um minuto rainha deste mundo. Um veado aparece silenciosamente da floresta para beber um gole de água. Um caiaque com um jovem casal passa por perto. O lago tem muitos animais.
         
       Aqui
, a natureza não é perturbada pela violência dos seres humanos. Eles vêm para o lago só para pescar ou para curtir uma viagem em seus caiaques e canoas. Não há gritos, choro de crianças, ou música de rádio. Os únicos sons são de pássaros cantando, um peixe saltando de repente no lago, um tronco caído ajeitando-se melhor sobre a água.

         Nesta imensidão de água, as únicas coisas fora de controle são os meus pensamentos que, como sempre, voam de um lugar para outro. Estou no passado, em seguida no futuro, depois de volta ao passado, preocupando-me, lamentando-me, julgando, condenando, com medo, nervosa, e nunca no presente, nunca no lago. 57 anos travo uma batalha louca contra minha mente, tentando domá-la sem sucesso. Procuro paz, beleza, natureza, tranquilidade. Encontro tormento, depressão, falta de vontade de ir em frente. Ir para onde? E para quê?

A garça parece saber para onde ir, tem um propósito para viver. Ela estende suas asas e voa para o outro lado do lago. Quanto a mim, sei que hoje, no meio de toda essa beleza, meu coração está chorando. Amanhã, pode rir de novo. E dia após dia continuarei assim, dividida, uma alma lutando para encontrar a felicidade ou, pelo menos, algumas respostas.

Photos: Bernadete Piassa

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