Saturday, October 3, 2009
Flying Home (Voando para casa)
When I was leaving my house this morning, I saw a large flock of Canadian geese flying, in V-shaped formation, in search of a warmer place to spend the winter. Every year they go to the south of the United States in the autumn and fly back in the spring. The geese don’t need to deal with the harsh weather. For them, life is a succession of warm days. I am very envious of them. I also would like to be flying to Brazil where I could enjoy the warm climate.
I read in the blog of my aunt Martha (http://martha-caentrenos.blogspot.com) that last winter Corumbá, my hometown in Brazil, reached the temperature of 105.98 degrees. And that was in the winter, not the summer. Growing up in a warm place, I dread the long winter days. Even though I enjoy the spectacle of the fall, with the leaves changing its colors, and the exuberance of the spring, with all the flowers bursting with life, I could perfectly well live in a place where summer lasts all year long.
I saw the snow for the first time when I was already 33 years old and had just moved to New York. I will never forget how astonished my family and I were when we left the Natural History museum and saw the Central Park all covered with a white blanket. We took a taxi to cross the park under the impression that we had just stepped into a fairytale.
My wonder with the snow didn’t last too long. I still find it magical, but I just can’t stand the cold that comes with it. I would rather be sweating in a 100-degree climate than admiring the most beautiful snow in the world.
When I worked as an editor in Brazil, editing romances that came from Canada and the US, I never understood how come the characters spent so much time discussing about the weather. Whenever there was a dialog about weather, I would cut it. In Brazil, there was no need to talk about weather: it was hot almost every day. It was only after I moved to the US that I understood why the topic of temperature was so relevant.
Some days I feel more like flying to my country than others. It is not only the warm climate that I miss, but also de warmth that comes from the people. Yesterday, I learned that Brazil will host the Olympic Games in 2016. In the Internet, I saw videos of people in the streets of Rio de Janeiro crying, shouting, and celebrating in all possible ways. More than ever I felt like grabbing a Canadian goose by its wing and asking it to please take me to my home country.
VOANDO PARA CASA
Hoje de manhã, quando eu estava saindo de casa, vi um bando de gansos canadenses voando, em forma de V, à procura de um lugar mais quente para passar o inverno. Todo ano eles migram para o sul dos Estados Unidos no outono e voltam na primavera. Os gansos não precisam enfrentar as duras condições meteorológicas. Para eles, a vida é uma sucessão de dias quentes. Tenho muita inveja deles. Também gostaria de estar voando para o Brasil, para aproveitar o clima quente.
Li no blog da minha tia Martha (http://martha-caentrenos.blogspot.com) que no inverno passado chegou a fazer 41.1 graus em Corumbá, a cidade onde nasci. E isso foi no inverno, não no verão. Como fui criada num lugar sempre quente, detesto os dias longos do inverno. Apesar de eu admirar o espetáculo das folhas caindo e mudando de cores, no outono, e a exuberância da primavera, com todas as flores explodindo com vida, poderia perfeitamente viver num lugar onde fosse verão o ano inteiro.
Fui ver neve pela primeira vez na minha vida quando eu tinha 33 anos e tinha acabado de me mudar para Nova York. Nunca vou me esquecer do deslumbramento meu e das minhas filhas quando saímos do museu de História Natural e vimos o Central Park coberto com um manto branco. Pegamos um táxi para atravessar o parque com a impressão de que tínhamos acabado de entrar num conto de fadas.
Mas meu deslumbramento com a neve não durou muito tempo. Ainda acho mágico vê-la caindo, mas não suporto o frio que vem com ela. Preferiria estar suando num lugar onde fizesse 40 graus do que estar admirando a neve mais linda do mundo.
Quando eu trabalhava como editora no Brasil, editando romances do Canadá e dos Estados Unidos, nunca entendi por que as heroínas dos livros passavam tanto tempo discutindo sobre o clima. Sempre que lia um diálogo a respeito do tempo, eu cortava. No Brasil, não havia necessidade de falar do tempo: era quente quase todo dia. Só depois que me mudei para os Estados Unidos é que fui entender por que o tema da temperatura era tão relevante.
Alguns dias tenho mais vontade de voar para o meu país do que outros. Não sinto falta só do clima quente. Sinto falta também do calor do povo. Ontem, fiquei sabendo que o Brasil irá sediar os Jogos Olímpicos em 2016. Na Internet, vi vídeos de pessoas nas ruas do Rio de Janeiro chorando, gritando, comemorando de todas as maneiras possíveis. Mais do que nunca fiquei tentada a agarrar um ganso canadense pelas asas e pedir que, por favor, ele me levasse para o meu país.
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Realmente o Brasil é muito louco, mas não consigo me imaginar morando em outro país. Acho que já me habituei a essa loucura.
ReplyDeleteVamos combinar de nos encontrar no Rio em 2016...