Although I am always criticizing people who don’t like changes, I came to the conclusion I also resist them. When I started seeing people everywhere reading books on e-readers, I thought this was the end of the world, and writers should create a united front against them, because e-readers would mean a terrible loss for the language, by making books on paper obsolete. I vowed that I would never ever get one. Then, at the end of last year I started seeing many ads for e-readers and found out that it was possible to get e-books from the library close to my house. My son offered to give me one for Christmas and let me try his so I could make sure that I liked it. I was immediately sold. For Christmas, he gave me a Nook.
I have been using the device since then and liking it more and more. Since I enjoy so much holding a book, looking at its cover, having them by my bed all the time and lying down to read them before sleeping, I thought that I would feel cheated holding an electronic device which, in my opinion, had no personality and definitely not the warm feeling of a book. However, it turned out that the e-reader allows me to create my own library sorted by subjects, borrow books from my town’s library, download books from all over the internet, and even exchange books with friends who have the Nook as well. Now, I can access books online in Portuguese which I would be unable to read before. Aside that, reading the books and holding the device is, in fact, easier than to hold a thick book. If I have a doctor’s appointment, I can take it with me to read in the waiting room since it is so lightweight. And I can still buy the paper version of the books that I enjoyed reading and want to keep. In all honesty, I read all the time but buy very few books since I am always going to the library. It won’t be the e-reader that will prevent me from acquiring printed books…
I can see how one day electronic books will eventually replace the majority of traditional paper printed versions. But won’t this be good for our environment, considering the number of trees that will be saved because they won’t be cut down and transformed to make paper? I am sure that there will always be room for books in special editions, with a lot of photographs for example, to be printed. And, at least for awhile, books will continue to be released in paper and later on offered in electronic version.
Apple’s announcement this month that it had signed contracts with some publishing houses so that textbooks could be read in Apple’s iPad, inaugurated a new era in the publishing industry. Pretty soon, students won’t need to carry heavy books to the classrooms anymore and will, instead, be able to read them in electronic format. Instead of spending a lot of money for printed textbooks, they will pay less to buy the electronic version. Overall, it seems like a good deal for students.
As a writer, I can’t help but ask myself: what will the e-books mean for writers like me? I think it will force writers to change and embrace the new technology in order to survive. The internet didn’t wipe out printed literary magazines. They still have a niche and are much respected. But because of the internet, countless online literary magazines flourished, creating a fertile ground for new writers who before did not have a chance to be published in the established and very selective printed literary magazines. The advent of the e-books might represent a good opportunity for the new writers to be published and circulate their work for less. It is just a question of embracing changes instead of resisting them and ending up being left behind.
UMA NOVA MANEIRA DE LER
Cheguei à conclusão de que embora esteja sempre criticando as pessoas que não gostam de mudanças, eu também resisto muito a elas. Quando comecei a ver todo mundo lendo livros nos e-readers, pensei que era o fim do mundo, que os escritores deviam criar uma frente unida contra eles, que os leitores digitais seriam uma perda terrível para a linguagem e que tornariam os livros de papel obsoletos. Prometi a mim mesma que nunca compraria um. Então, no final do ano passado, me deparei com muitos anúncios sobre e-readers e descobri que era possível emprestar e-books da biblioteca perto da minha casa. Meu filho queria me dar um de Natal e me deixou experimentar seu aparelho, pra que eu pudesse ter certeza de que gostava. Me apaixonei. De Natal, meu filho me deu um Nook.
Desde Dezembro, tenho usado o Nook constantemente e cada vez fico mais encantada. Já que normalmente gosto de segurar os livros, olhar a capa deles, deixá-los ao lado da cama para ler antes de dormir, pensei que ia me sentir meio estranha segurando um aparelho eletrônico que, na minha opinião, não tinha personalidade e, definitivamente, não provocava aquela sensação gostosa de um livro. No entanto, descobri que o e-reader me permite criar minha própria biblioteca organizando-a por assuntos, emprestar livros da biblioteca da minha cidade, download livros pela internet e até trocar com os amigos que também têm o Nook. Agora, posso acessar livros on-line em Português que antes não poderia ler. Além do mais, segurar o e-reader é bem mais fácil do que segurar um livro grosso de papel. Se tenho uma consulta médica, posso levá-lo comigo para ler na sala de espera, já que é tão leve. E ainda posso comprar a versão impressa dos livros que gosto de ler e quero guardar. Com toda honestidade, leio o tempo todo, mas compro muito poucos livros pois vou muito à biblioteca. Não será o e-reader que me impedirá de adquirir livros impressos ...
Acredito que um dia os livros eletrônicos substituirão a maioria das versões tradicionais em papel impresso. Mas será que isso não será bom para o meio ambiente, considerando a quantidade de árvores que serão poupadas, porque não serão cortadas e transformadas em livros? Tenho certeza de que sempre haverá espaço para livros impressos em edições especiais, com um monte de fotografias por exemplo. E, pelo menos por algum tempo, os livros continuarão a ser impressos primeiro e só mais tarde disponibilizados em versão eletrônica.
Quando a Apple anunciou este mês que tinha assinado contratos com algumas editoras para que livros didáticos pudessem ser lidos no Ipad, a companhia inaugurou uma nova era no mercado editorial. Logo, os alunos não precisarão carregar livros pesados para as salas de aula e serão capazes de lê-los em formato eletrônico. Em vez de gastar uma boa grana com livros impressos, pagarão menos pelas versões eletrônicas. De maneira geral, parece um bom negócio para os alunos.
Como escritora, eu me pergunto o que os e-books significam para nossa profissão. Acho que a chegada desses e-livros forçará os escritores a se adaptarem e aderir à nova tecnologia para sobreviver. A internet não acabou com as revistas impressas literárias. Elas ainda têm um lugar especial e são muito respeitadas. Mas, por causa da internet, inúmeras revistas literárias on-line surgiram, criando um terreno fértil para novos escritores que antes não tinham chance de serem publicados nas seletivas revistas literárias impressas. O advento dos e-books pode ser uma boa oportunidade para que os novos escritores sejam publicados e divulguem seu trabalho gastando menos. Tudo é uma questão de abraçar as mudanças, em vez de resistir a elas e acabar sendo deixado para trás.